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Homenagens em Cuba e na Bolívia

Havana e La Paz – O presidente interino de Cuba, Raúl Castro, comandou ontem homenagem ao líder guerrilheiro argentino Ernesto Che Guevara, ao se cumprirem os 40 anos da sua morte. O líder convalescente Fidel Castro publicou um artigo no qual classificou Guevara de "excepcional combatente." Também ocorreu uma homenagem em Vallegrande, na Bolívia, onde Che foi executado em 1967.

O ato principal ocorreu na Praça Ernesto Che Guevara, em Santa Clara, 270 quilômetros ao leste de Havana, onde existem um monumento em homenagem a Guevara e um mausoléu no qual seus restos mortais foram sepultados em 1997.

Na Bolívia, o presidente Evo Morales homenageou Che e instou o público a seguir a luta do líder. Os jornais bolivianos criticaram Morales, porque ele não homenageou os 55 soldados bolivianos caídos em combate contra a guerrilha de Che. Morales afirmou que a "América Latina não pode continuar a ser o quintal do Império", numa referência aos EUA.

Havana – Ernesto Che Guevara, lenda revolucionária do século 20, foi morto em 9 de outubro de 1967 na Bolívia e hoje, 40 anos depois de sua morte, o mito daquele que tentou propagar o fogo da rebelião pela América Latina permanece vivo, embora ainda gere controvérsias.

Em Cuba, Bolívia, Venezuela, México, Nicarágua, na Argentina e em outros países onde seus ideais são reivindicados por movimentos sociais ou pela esquerda no poder, estão sendo realizados desde ontem atos políticos, marchas, shows, mostras de cinema, feiras e exposições fotográficas.

Uma das polêmicas em torno da figura do líder guerrilheiro gira em torno da autenticidade de seus restos mortais. Ex-agentes cubanos da CIA e dois jornalistas que acompanharam o caso consideram que os exames realizados na ossada foram manipulados por ordem de Fidel para fazer propaganda política.

Para Cuba, para a família e para os admiradores de Che, os questionamentos são fruto de uma campanha de desprestígio contra a imagem do ídolo e da revolução cubana.

O certo é que seu trágico fim forjou a lenda de um homem cujo rosto, imortalizado em uma foto de Alberto Korda, circula pelo mundo exibido em marchas ou estampado em cartazes, camisas, garrafas de cerveja, cinzeiros e até em biquínis.

Milhões de cubanos e turistas estrangeiros já passaram, desde 1997, pelo Memorial em Santa Clara, onde foi erguida uma estátua de bronze de quase sete metros de altura, segundo dados oficiais.

Fidel Castro, companheiro de lutas de Che, homenageou e expressou agradecimento ao revolucionário argentino em um artigo publicado ontem no jornal cubano "Granma".

"Faço uma pausa no combate diário para me inclinar, com respeito e gratidão, ante o combatente excepcional que foi morto em 8 de outubro, há 40 anos", disse Castro, que foi afastado do poder há 14 meses devido a graves problemas de saúde.

O líder cubano lembrou o "exemplo" dado por Che, que liderou uma frente que atravessou as Províncias do sudeste de Cuba quando lutou na Serra Maestra, e tomou a cidade central de Santa Clara, onde se celebra a comemoração do 40.º aniversário de sua morte.

Fidel, que há dez anos presidiu uma cerimônia de exumação dos restos de Che em Santa Clara, levados a Cuba após serem achados na Bolívia, reconheceu também o trabalho de Guevara como criador das jornadas de trabalho voluntário.

"Ele nos deixou seu estilo inconfundível de escrever, com elegância, brevidade e veracidade, cada detalhe do que passava em sua mente. Ele era um predestinado, mas não sabia disso. Ele combateu conosco, e por nós", disse ainda Fidel.

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