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Moradores da cidade de Zugdidi, no oeste da Geórgia, observam comboio militar russo atravessar a cidade | Umit Bektas/Reuters
Moradores da cidade de Zugdidi, no oeste da Geórgia, observam comboio militar russo atravessar a cidade| Foto: Umit Bektas/Reuters

Geórgia assina trégua

Tbilisi - O presidente da Geórgia, Mikhail Saakashvili, assinou ontem o acordo de cessar-fogo com a Rússia, que protege interesses da ex-república soviética, apesar de fazer concessões a Moscou.

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Russos iniciam retirada, mas fazem barreiras

Os russos iniciaram ontem a retirada de cidades georgianas ocupadas, mas mantiveram suas tropas de prontidão no território da ex-república soviética. Unidades militares cercam os principais núcleos urbanos, o que o presidente georgiano Mikhail Saakashvili diz ver com "grande preocupação".

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Moradores da cidade de Zugdidi, no oeste da Geórgia, observam comboio militar russo atravessar a cidade

Moscou e Varsóvia - A Rússia reagiu ontem em várias frentes ao pré-acordo assinado pela Polônia para receber parte do escudo antimísseis que os EUA pretendem instalar no Leste Europeu. O presidente, Dmitri Medvedev, disse que a medida "tem claramente a Rússia como alvo". O número dois do Exército, Anatoli Nogovitsin, foi mais enfático e afirmou que a Polônia torna-se potencial alvo de ataque nuclear russo.

Pelo documento, assinado na quinta-feira, Varsóvia compromete-se a receber, até 2012, dez interceptadores de mísseis, em troca do reforço na cooperação militar e de defesa com Washington. O governo americano diz que o escudo, que contará ainda com um radar na República Tcheca, será uma defesa contra países como o Irã.

Em entrevista coletiva ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, na cidade de Sochi, no litoral do mar Negro, Medvedev disse que o escudo "mira a Federação Russa". Para ele, o momento do anúncio "foi bem escolhido" e "demonstra tudo o que viemos dizendo recentemente" sobre o projeto.

Em uma declaração alguns graus mais forte, Nogovitsin disse que a decisão de Varsóvia expõe a Polônia a um ataque, de acordo com a agência russa Interfax. O general, segundo na hierarquia militar, ressaltou que a doutrina russa prevê o uso de artefatos nucleares "contra aliados de países que possuem armas nucleares se de alguma forma os ajudarem".

Dmitri Rogozin, enviado de Moscou para a Otan, a aliança militar ocidental da qual a Polônia faz parte, disse que o escudo antimísseis "não é contra o Irã, mas contra o potencial estratégico da Rússia". O chanceler russo, Sergei Lavrov, cancelou uma visita diplomática que faria à Polônia em setembro, segundo diplomatas poloneses.

Ratificação

O acordo do sistema antimísseis levou 18 meses para ser aprovado e ainda precisará ser ratificado pelo Parlamento da Polônia e assinado pela secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, provavelmente na próxima semana, quando ela planeja visitar Varsóvia. Os EUA também projetam construir uma estação de radares, como parte do sistema, na República Tcheca.

A chanceler alemã Angela Merkel disse que a Rússia deveria ser incluída no sistema de defesa antimísseis. "Do meu ponto de vista, esse acordo não é dirigido contra a Rússia. Nós continuaremos a insistir que as conversações continuem sobre como podemos convencer a Rússia sobre isso e incluí-la no sistema", disse.

Em Tbilisi, ao lado do georgiano Mikhail Saakashvili, Rice rebateu as acusações dizendo que Washington buscou trabalhar com Moscou para dirimir as suspeitas russas. À BBC, o chanceler polonês, Radoslaw Sikorski, disse que a decisão nada tem a ver com o conflito na Geórgia.

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