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oriente

Após acordo, dois mil jihadistas do Estado Islâmico deixam Damasco

Acordo foi firmado após mais de dois meses de negociações

Dois mil combatentes do Estado Islâmico (EI) e da Frente al-Nosra, além de outros tantos civis, abandonarão três bairros do sul de Damasco após um acordo com as forças do governo do presidente Bashar al-Assad, indicaram fontes próximas às negociações. Trata-se do primeiro acordo deste tipo com os jihadistas do EI, já que até agora o regime só havia concluído tréguas pontuais com outros grupos rebeldes.

A partida destes jihadistas é fruto de dois meses de negociações entre o regime e os habitantes de três bairros seriamente danificados pelos combates, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede na Grã-Bretanha.

O acordo inclui o campo de refugiados palestinos de Yarmuk e os bairros vizinhos de Qadam e Hajar al-Aswad. Este último distrito era uma das bases do EI perto da capital.

“Foi alcançado um acordo para a partida de 4.000 civis e de homens armados que pertencem a diferentes grupos, entre eles o EI e a Frente al-Nosra (braço sírio da Al-Qaeda), que rejeitam qualquer reconciliação”, disse à AFP uma fonte governamental próxima às negociações.

A princípio, o acordo começará a ser aplicado no sábado (26), indicou a fonte.

As 4.000 pessoas serão transferidas a Raqa, “capital” de fato do EI, no norte da Síria, ou a Marea, uma localidade da província de Aleppo, fronteiriça com a Turquia, em poder de grupos rebeldes islamitas e da Frente al-Nosra.

Quatro tentativas anteriores fracassaram, indicou a fonte governamental.

Outra fonte da segurança síria no local confirmou o acordo, informando que envolvia 3.567 pessoas, entre elas 2.000 combatentes.

“Pertencem em sua maioria ao EI, mas também são da Frente al-Nosra”, acrescentou a fonte, afirmando que 18 ônibus chegaram a Qadam para iniciar a transferência.

“Trata-se da evacuação mais importante” desde o início de tréguas pontuais na Síria, destacou uma terceira fonte das forças de segurança sírias.

Em diálogo com a AFP, um responsável da ONU disse que a organização não estava envolvida no acordo. Estes acordos de reconciliação local estipulam, em geral, o abandono das armas em troca de ajuda aos habitantes que vivem em condições muito precárias. No início de abril, o EI e a Al-Nosra chegaram a controlar 60% do campo de Yarmuk.

Atualmente se encontram na parte sul do campo, perto de Hajar al-Aswad. Yarmuk é um bairro nos subúrbios de Damasco no qual, antes do início do conflito, em 2011, 160.000 pessoas viviam. Atualmente restavam apenas 7.000 civis palestinos e sírios.

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