
Jerusalém O governo israelense decidiu ontem manter seu compromisso de cessar-fogo na Faixa de Gaza, apesar de um ataque suicida cometido por um palestino na segunda-feira ter deixado um saldo de quatro mortes no balneário de Eilat, no sul do país.
"Israel continua comprometido com o cessar-fogo e manterá o diálogo com as forças moderadas", disse o porta-voz do primeiro-ministro Ehud Olmert, Miri Einsi, referindo-se ao apoio do governo israelense ao presidente palestino, Mahmud Abbas, cujo partido, o laico Fatah, é considerado menos radical que o islâmico Hamas, do primeiro-ministro Ismail Haniyeh. "Não deixaremos que grupos extremistas definam a agenda", completou Einsi.
Imediatamente após o atentado, o ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz garantiu que o seu governo "responderia" aos ataques. O anúncio deixou no ar a possibilidade de uma nova ofensiva na Faixa de Gaza, o que romperia a trégua acordada em novembro com os palestinos.
Pela manhã, as Forças Armadas de Israel bombardearam uma área próxima à passagem de Karni, supostamente para atingir um túnel que seria usado por militantes palestinos para entrar no território israelense e promover atentados. O ataque antecedeu uma reunião na qual Olmert e Peretz decidiram, segundo fontes israelenses, que não haveria uma campanha de retaliação ampla, embora algumas operações específicas seriam autorizadas.
Mais tarde, numa visita à Eilat, Peretz prometeu reforçar a vigilância na fronteira com o Egito, por onde o governo israelense diz acreditar que Mohammed SikSik, autor do atentado de ontem, tenha passado.
Segundo um dos a assessores do ministro, ele estaria considerando a possibilidade de erguer uma cerca com censores eletrônicos para proteger a região, projeto antigo do exército israelense, que não foi colocado em prática por ser muito caro.



