Fronteira
Imigrantes viram "arma" do ditador
Forças do ditador Kadafi estariam obrigando líbios e imigrantes africanos a viajar para a Europa em embarcações precárias pelo mar Mediterrâneo, segundo o jornal espanhol El Pais. Dezenas já teriam morrido no percurso devido a acidentes no mar. Antes da revolta na Líbia, Kadafi, antigo aliado do governo italiano, reprimia as ondas de imigrantes que tentavam usar o país para chegar à Europa.
Analistas acreditam que os supostos embarques forçados seriam uma forma do ditador usar os imigrantes como "arma", para agravar a questão migratória em países que participam da coalizão que bombardeia seu regime.
A denúncia dos embarques foi feita a funcionários da Organização Internacional para as Migrações por parte dos 1.887 imigrantes africanos que chegaram ao porto italiano de Lampedusa no último fim de semana.
EUA mandam suprimentos para rebeldes
O Departamento de Estado norte-americano informou que o primeiro carregamento de suprimentos não letais enviado pelo Exército dos EUA aos rebeldes líbios chegou ontem ao porto de Benghazi.
O porta-voz Mark Toner disse que o carregamento, composto por mais de 10 mil refeições, é o primeiro de uma série que deve levar suprimentos médicos, botas e equipamentos de proteção pessoal para a Líbia. O carregamento é parte de um pacote de assistência não letal de US$ 25 milhões autorizado pelo presidente Barack Obama para ajudar os que lutam contra Kadafi.
Agência Estado
Horas após um intenso bombardeio aéreo contra um complexo residencial usado por Muamar Kadafi na capital Trípoli, a Otan (aliança militar ocidental) afirmou não saber se o ditador continua vivo.
Durante entrevista por teleconferência, o general de brigada Claudio Gabellini disse que o ditador líbio não é um alvo, e que os ataques da organização visam apenas estruturas de comando das Forças Armadas líbias, e não indivíduos. "Todos os alvos da Otan são militares, o que significa que todos os locais que estamos atacando, como na noite anterior [de segunda-feira] em Trípoli, são centros de comando e bunkers", disse.
A mesma explicação foi dada pela Otan no dia 31 de abril, quando outro ataque a uma área residencial do regime matou Saif al Arab, 29 anos, um dos seis filhos do ditador e três de seus netos, segundo fontes do regime líbio. Na ocasião, o próprio Kadafi estava no edifício, mas teria conseguido escapar sem ferimentos.
Ao ser questionado se o ditador continua vivo, Gabellini disse que a Otan não tem nenhuma prova. "Não estamos interessados no que ele está fazendo. Nosso mandato é proteger os civis dos ataques", disse.
Várias explosões, aparentemente causadas por ataques da Otan, foram ouvidas na madrugada de ontem nas imediações do complexo residencial de Kadafi em Trípoli, assim como em outras áreas da capital líbia, disseram testemunhas à rede de tevê Al Jazeera.
As mesmas fontes relataram que vários aviões produziram até oito ataques durante aproximadamente três horas e que quatro explosões foram ouvidas na capital pouco depois das 2 h locais (21 h de Brasília), seguidas de outras duas fortes detonações minutos depois.
Segundo um morador da capital líbia, um escritório de inteligência foi atingido pelos bombardeios. Algumas testemunhas afirmaram ainda que duas explosões foram ouvidas nas proximidades das sedes da televisão estatal líbia e da agência de informação oficial Jana.
A Al Jazeera informou que duas das seis explosões atingiram o complexo residencial de Kadafi, enquanto as outras quatro impactaram contra um edifício de inteligência.
Já um porta-voz militar do regime líbio indicou ontem que a Otan bombardeou vários edifícios em Trípoli, entre eles a Suprema Corte e o escritório do procurador-geral do Estado, segundo a Jana.
Os novos bombardeios da Otan em Trípoli acontecem depois de o secretário-geral da Aliança, Anders Fogh Rasmussen, ter advertido ontem que o tempo havia acabado para Kadafi e que o coronel devia "compreender que é melhor mais cedo que tarde, que não há futuro para ele nem para seu regime".
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