
O premier do Egito, Essam Sharaf, ofereceu sua renúncia ontem após os violentos confrontos da noite anterior entre as forças de segurança israelenses e manifestantes egícpcios, ao redor da Embaixada de Israel no Cairo. Segundo o canal de TV árabe Al Arabiya, o comitê do Exército, que comanda o país desde a queda do ditador Hosni Mubarak, rejeitou o pedido.
Ao menos três pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas durante os confrontos na noite da última sexta-feira. A embaixada era alvo de protestos desde a morte de cinco policiais egípcios no dia 18 de agosto, supostamente em uma ação das forças israelenses. Os enfrentamentos, que se prolongaram durante toda a noite, deixaram ainda 300 policiais feridos.
Muro
Cerca de mil manifestantes concentraram-se diante do edifício que abriga a missão diplomática israelense e o atacaram a marteladas e com um grande tubo metálico, sem a intervenção da polícia, que estava nas proximidades. A polícia interveio apenas quando os manifestantes conseguiram derrubar o muro de 2,5 metros, que rodeia o edifício e que foi construído nos últimos dias mesmo depois de várias manifestações.
Horas depois, a Embaixada de Israel no Cairo foi invadida pelos manifestantes, que jogaram milhares de páginas de documentos pela janela. Os egípcios também arrancaram a bandeira de Israel e a substituíram pela bandeira egípcia. Essa foi a segunda vez que a bandeira de Israel foi arrancada da embaixada.
Diante da invasão, o embaixador israelense no Egito, sua família e o pessoal diplomático, foram obrigados a abandonar a embaixada.
Primeiro passo
Um dos manifestantes, Ahmad Saber, disse que voltou ao local porque não aceita a presença israelense no Egito.
"Queremos acabar com a relação entre ambos os países, a saída do embaixador foi um primeiro passo, mas não pararemos até que se cortem as relações totalmente", disse Saber, que acusa as forças de segurança de terem iniciado os confrontos.



