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Com um tubo de metal, manifestantes derrubam muro que cerca a embaixada de Israel em Cairo, no Egito | Mohamed Hossam/AFP
Com um tubo de metal, manifestantes derrubam muro que cerca a embaixada de Israel em Cairo, no Egito| Foto: Mohamed Hossam/AFP

Diplomacia

Israel classifica invasão como "incidente sério"

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, qualificou de "incidente sério" o assalto, na noite da última sexta-feira, à Embaixada de seu país no Egito, ao mesmo tempo que agradeceu ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por sua ajuda.

"O ataque em massa à Embaixada de Israel no Egito é um incidente sério, mas poderia ter sido pior se os agitadores tivessem conseguido atravessar a última porta e ferir nossa gente", manifestou Netanyahu, segundo informa o meio eletrônico Ynet.

"Fico feliz que tenhamos conseguido impedir um desastre e queria agradecer ao presidente dos Estados Unidos por sua ajuda", acrescentou Netanyahu.

O avião que transferiu o embaixador israelense no Egito, sua família e o pessoal diplomático após o assalto aterrissou nas primeiras horas deste sábado em Israel, segundo fontes oficiais.

O grupo de 80 pessoas liderado pelo embaixador, Yitzhak Levanon, foi trasladado a Israel em um avião da Força Aérea israelense.

Além disso, outros seis israelenses presos na embaixada no Cairo foram transferidos posteriormente de avião depois de serem retirados do edifício por um comando especial egípcio.

Os israelenses afirmaram que o embaixador Levanon assumirá o posto "tão logo a segurança da embaixada seja fornecida pelo Egito", de acordo com declarações feitas pelo porta-voz Ron Sofer para a rádio do exército.

Agência Estado

O premier do Egito, Essam Sharaf, ofereceu sua renúncia ontem após os violentos confrontos da noite anterior entre as forças de segurança israelenses e manifestantes egícpcios, ao redor da Embaixada de Israel no Cairo. Se­­gundo o canal de TV árabe Al Arabiya, o comitê do Exército, que comanda o país desde a queda do ditador Hosni Mubarak, rejeitou o pedido.

Ao menos três pessoas morreram e mais de mil ficaram feridas durante os confrontos na noite da última sexta-feira. A embaixada era alvo de protestos desde a morte de cinco policiais egípcios no dia 18 de agosto, supostamente em uma ação das forças israelenses. Os enfrentamentos, que se prolongaram durante toda a noite, deixaram ainda 300 policiais feridos.

Muro

Cerca de mil manifestantes concentraram-se diante do edifício que abriga a missão diplomática israelense e o atacaram a marteladas e com um grande tubo metálico, sem a intervenção da polícia, que estava nas proximidades. A polícia interveio apenas quando os manifestantes conseguiram derrubar o muro – de 2,5 metros, que rodeia o edifício e que foi construído nos últimos dias mesmo depois de várias manifestações.

Horas depois, a Embaixada de Israel no Cairo foi invadida pelos manifestantes, que jogaram milhares de páginas de documentos pela janela. Os egípcios também arrancaram a bandeira de Israel e a substituíram pela bandeira egípcia. Essa foi a segunda vez que a bandeira de Israel foi arrancada da embaixada.

Diante da invasão, o embaixador israelense no Egito, sua família e o pessoal diplomático, foram obrigados a abandonar a embaixada.

Primeiro passo

Um dos manifestantes, Ahmad Saber, disse que voltou ao local porque não aceita a presença israelense no Egito.

"Queremos acabar com a relação entre ambos os países, a saída do embaixador foi um primeiro passo, mas não pararemos até que se cortem as relações totalmente", disse Saber, que acusa as forças de segurança de terem iniciado os confrontos.

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