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Teer㠖 Após o fim da crise com o Reino Unido, causada pela detenção de 15 militares britânicos pelo Irã durante 13 dias, o governo iraniano se prepara para retomar a defesa de seu controverso programa nuclear.

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou ontem que apresentará "boas notícias" hoje a respeito da evolução do programa de enriquecimento de urânio do país, pouco depois da inauguração das unidades logísticas da usina nuclear de Bushehr.

Ahmadinejad comparecerá hoje à usina de enriquecimento de urânio de Natanz para celebrar o Dia da Energia Nuclear no país, segundo a imprensa iraniana. Também devem estar presentes no ato representantes de países islâmicos e embaixadores de membros do Movimento de Países Não-Alinhados (MPNA), de acordo com a mídia local.

O Dia da Energia Nuclear marca o primeiro aniversário da data em que cientistas iranianos conseguiram enriquecer urânio acima do nível necessário para produzir combustível atômico para reatores civis.

Em 9 de abril de 2006 o presidente iraniano afirmou que o país havia completado com êxito o ciclo de produção de combustível nuclear em laboratório. Para o aniversário, autoridades de Teerã convidaram jornalistas à planta nuclear de Natanz para ouvir as declarações de Ahmadinejad, há menos de um mês da última resolução da ONU contra o Irã.

As "boas notícias" prometidas por Ahmadinejad para amanhã são desconhecidas, mas a agência de notícias semi-oficial iraniana Fars afirmou hoje que o presidente poderia anunciar a instalação de uma cascata de 3.000 centrífugas na usina da Natanz.

Em níveis mais baixos (cerca de 3,5%), o enriquecimento de urânio produz combustível para os reatores nucleares de uso civil, mas a níveis altos (próximos de 90%), o urânio enriquecido pode proporcionar material para uma bomba nuclear.

De acordo com os últimos relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Natanz dispõe atualmente de mil centrífugas em diferentes graus de instalação. O Irã informou que pretende pôr em funcionamento 3 mil centrífugas até maio de 2007, apesar das exigências do Conselho de Segurança (CS) da ONU (Organização das Nações Unidas) para que o país suspenda o enriquecimento de urânio.

Resoluções

Na última resolução do CS da ONU contra o Irã (1.747), em 24 de março, os 15 membros do conselho aprovam por unanimidade novas sanções ao país pela manutenção de seu programa nuclear.

O pacote de sanções, que tem como objetivo coibir o enriquecimento de urânio, foca a exportação de armas, as ações do banco estatal Sepah e o comando de elite da Guarda Revolucionária do país.

Em resposta à resolução, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, afirmou que as sanções são "inúteis e ilegais" e que o governo iraniano não mudará seu curso com relação ao programa nuclear.

Ontem, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Ali Hoseini, disse que a suspensão do enriquecimento de urânio "não está de forma alguma na agenda do Irã".

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