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Manifestante usa chapéu com foto da ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, presa pelos militares | Chaiwat Subprasom/Reuters
Manifestante usa chapéu com foto da ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra, presa pelos militares| Foto: Chaiwat Subprasom/Reuters

Ditadura

Líder da junta militar divulga comunicado e se autoproclama premiê

Efe

O chefe do Exército da Tailândia, o general Prayuth Chan-Ocha, se autoproclamou primeiro-ministro provisório do país ontem, depois que os militares tomaram o poder em um golpe de Estado.

O Conselho Nacional para a Paz e a Ordem (CNPO), o nome oficial da junta militar comandada por Prayuth, informou em comunicado que o general assumirá as funções administrativas do cargo de premiê até que se encontre um novo candidato definitivo.

Tranquila

A tranquilidade predominava nas ruas de Bangcoc, ontem, mesmo depois de os militares assumirem o poder. O clima é diferente de 2006, quando, após um golpe, as ruas foram tomadas por tanques de guerra. No entanto, todas as escolas estavam fechadas. Havia muitos militares nos arredores da sede do governo, abandonada há meses.

Monarquia

Observadores acreditam que a crise na Tailândia se deve a uma luta de poder para garantir quem dirigirá o governo no momento da sucessão do rei Bhumibol Adulyadej, de 86 anos. Ainda resta saber se o novo poder será investido pelo rei neste regime de monarquia constitucional. O premiê de 2006, Thaksin Shinawatra, era considerado uma ameaça à realeza.

  • Militares fazem proteção ostensiva do local de reuniões do Exército, em Bangcoc

O governo militar da Tailân­dia prendeu ontem a ex-primeira-ministra Yingluck Shi­nawatra e membros de sua família, além de outras autoridades do governo interino, um dia depois de o Exército ter confirmado um golpe de Estado no país. Yingluck ficou detida por várias horas antes de ser levada para um local não revelado.

"Prendemos Yingluck, sua irmã e o cunhado", disse um militar tailandês de alta patente. Os dois parentes mantinham altos cargos políticos. "Faremos isso por não mais do que uma semana, que seria muito tempo. Só precisamos organizar as coisas no país primeiro", explicou.

Yingluck Shinawatra, destituída pela Justiça no último dia 7, se apresentou aos militares, assim como Niwattumrong Boon­songpaisan, um ministro que tomou seu lugar de forma interina.

Mais de cem autoridades políticas, tanto do Partido Para Tailandeses (do governo deposto) quanto do Partido De­mocrata (de opo­­sição), foram convocadas a se apresentar ontem à junta militar que comanda o país.

O chefe do Exército, general Prayuth Chan-Ocha, tam­­bém se reuniu com importantes autoridades do país para dizer-lhes que as reformas devem ser feitas antes das eleições. Prayuth convocou governadores, empresários e funcionários públicos para comparecerem ao Clube Militar de Bangcoc.

Seis oficiais militares de alta patente foram indicados para governar o país, com comandantes de províncias supervisionando o governo local.

A grave crise política atinge o país há sete meses. Os militares decretaram um toque de recolher e proibiram as manifestações. Cerca de 30 jovens tailandeses ignoraram a proibição e protestaram diante do Monumento pela Democracia sem que o exército respondesse, observou um fotógrafo da agência France Presse.

Exterior

A comunidade internacional, da União Europeia (UE) aos Estados Unidos, condenou o golpe e exigiu um retorno rápido a um governo democrático. O Departamento de Estado dos EUA ordenou ontem a suspensão de uma ajuda militar de US$ 3,5 milhões à Tailândia.

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