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O casamento dos sonhos de Fred e Camila encantou o público | Divulgação
O casamento dos sonhos de Fred e Camila encantou o público| Foto: Divulgação

Dois monges morrem após confrontos em Mianmar

Soldados abriram fogo contra mais de 200 monges budistas que marchavam acompanhados de milhares de civis.

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Governo impõe toque de recolher em duas cidades de Mianmar

Monges ignoram ameaça e continuam protestos pelas ruas do país.Leia a matéria completa

Bush anuncia sanções ao governo de Mianmar em discurso na ONU

O presidente dos EUA falou sobre países que restringem a liberdade de seus cidadãos. Um dos mais mencionados por Bush foi Mianmar.Leia a matéria completa

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, decidiu nesta quarta-feira (26) enviar seu representante especial Ibrahim Gambari à região asiática, diante da "deterioração" da situação política e civil em Mianmar.

Em comunicado, Ban pede que a "liderança" do país asiático "coopere plenamente" com a missão de Gambari, para "aproveitar a boa vontade da ONU de assistir (Mianmar) em seu processo de reconciliação nacional, através do diálogo".

Diante das informações de agressões e uso da violência por parte da forças de segurança do regime militar de Mianmar contra a população, o principal responsável da ONU pediu a Yangun que controle a situação.

"Essas ações só podem erodir as perspectivas de paz, prosperidade e estabilidade em Mianmar", advertiu Ban.

Conselho de Segurança

Com a crescente preocupação internacional em relação ao país asiático, isolado internacionalmente - sem relações diplomáticas com a maioria dos países -, o Conselho de Segurança da ONU (CS) se reúne em caráter extraordinário.

Os ministros de Assuntos Exteriores da União Européia (UE) e dos Estados Unidos pediram ao principal órgão da ONU que considere a "possibilidade de impor sanções" a Mianmar.

Europeus e americanos, que manifestaram solidariedade aos birmaneses, pediram também hoje à China, à Índia e aos países da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) que usem sua influência e "pressionem" o regime militar birmanês para o fim da violência contra a população civil.

Além disso, os EUA e a UE pediram às autoridades militares de Mianmar que recebam "o mais rápido possível" o enviado especial do secretário-geral da ONU, Ibrahim Gambari.

Como as tensões em Yangun vêm se intensificando, Ban pediu na segunda-feira ao Governo de Mianmar que inicie "um diálogo com todas as forças relevantes" do país, para avançar no processo de reconciliação nacional.

Ele expressou ainda seu desejo de que o Governo birmanês aproveite a oportunidade para impulsionar, "sem demora, um processo de reconciliação nacional, a partir dos assuntos que preocupam o povo de Mianmar".

Repressão

No entanto, a Junta Militar optou por reprimir com a ajuda do Exército as crescentes manifestações de cidadãos e monges budistas, que já deixaram pelo menos cinco mortos e mais de cem feridos.

Em torno de 200 pessoas, incluindo cerca de 80 monges, foram também golpeadas, presas e levadas em veículos militares a centros de detenção, segundo testemunhas citadas por diversos meios de comunicação birmaneses.

As ações mais violentas tiveram início depois que centenas de milhares de pessoas desafiaram a proibição de realizar atos de protesto imposta terça-feira à noite pela Junta Militar.

Mortes

Os confrontos entre os manifestantes e as tropas de segurança deixaram um número ainda não confirmado de mortes. Pelo menos dois monges budistas foram mortos, segundo informações oficiais do monastério local. Outras fontes falam em números diferentes, variando entre um e oito.

As mortes aconteceram durante as operações das forças de segurança para reprimir os protestos contra a Junta Militar de Mianmar.

Foram ouvidos disparos nas ruas adjacentes ao templo e perto da Prefeitura, enquanto dez caminhões militares com cerca de 300 soldados chegaram para reforçar a segurança.

Os militares atiraram para o alto e usaram bombas de fumaça para reprimir as cerca de 30 mil pessoas, lideradas por 10 mil monges budistas, que se manifestavam em Mandalay, cerca de 600 quilômetros ao norte de Yangun, em um desafio à proibição das reuniões públicas.

No bairro de Alhone, distrito comercial na parte antiga da principal cidade do país, uma testemunha afirmou que policiais e militares levaram três monges que tinham marcas de tiros e que posteriormente morreram, embora isso não tenha sido confirmado.

Toque de recolher

A Junta Militar declarou o toque de recolher na noite de terça-feira e enviou tropas a várias cidades a fim de impedir a continuação das manifestações de monges iniciadas em 17 de setembro.

Vários religiosos e membros da oposição foram detidos.

As autoridades transferiram ao Exército o controle direto da segurança em todo o país e proibiram as assembléias e todo tipo de reuniões com mais de cinco pessoas.

Os militares aumentaram a presença em lugares estratégicos, como Shwedagon e Sule, assim como na sede, em Yangun, da Liga Nacional para a Democracia (LND), principal força opositora do país, liderada pela prêmio Nobel da Paz em 1991, Aung San Suu Kyi, que está em prisão domiciliar desde 2003.

Apesar das medidas, os manifestantes asseguraram que não cederão perante as intimidações do regime e continuarão os protestos, na maior mobilização contra os generais em quase 20 anos.

Mianmar é governado pelos militares desde 1962 e não realiza eleições parlamentares desde 1990, quando o partido oficial perdeu de maneira arrasadora para a LND. Reações pelo mundo

O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, pediu uma reunião ainda nesta quarta do Conselho de Segurança da ONU para analisar a crise em Mianmar.

"Todo o mundo está olhando agora para Mianmar", afirmou Brown em declaração, depois que o governo birmanês mobilizou tropas nas ruas de Yangun para conter as manifestações de monges e estudantes a favor da democracia.

O ministro de Assuntos Exteriores britânico, David Miliband, disse aos jornalistas que a situação em Mianmar é "muito tensa" e pediu "moderação" às autoridades birmanesas.

O secretário de Estado de Relações Exteriores da França, Jean-Pierre Jouyet, considerou "inaceitável" a repressão das manifestações contra o regime em Mianmar, e avisou que os membros da Junta Militar serão considerados "pessoalmente responsáveis" pelo que acontecer no país.

"A Europa deve exercer a maior vigilância e a maior pressão sobre as autoridades birmanesas", opinou Jouyet, em entrevista à emissora "France Info".

Ele explicou que as autoridades francesas convocaram nesta terça-feira (25) o encarregado de negócios de Mianmar na França para manifestar a "grave preocupação" com os protestos em Yangun e alertar contra o uso da força para reprimir os manifestantes.

O secretário explicou a presença do grupo petrolífero francês Total em Mianmar, apesar das críticas aos lucros que gera para o regime militar. "O Total é o Total, a posição do Governo francês é a posição do Governo francês", resumiu.

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