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Nicarágua

Após perseguir cristãos, Ortega culpa “circunstâncias adversas” por relação “difícil” com Francisco

Reforma constitucional que amplia poderes de Ortega entra em vigor na Nicarágua
O ditador da Nicarágua, Daniel Ortega (Foto: EFE/Presidência da Nicarágua)

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A ditadura da Nicarágua, um dos países que mais perseguem cristãos no mundo hoje, culpou “circunstâncias adversas” pela relação “difícil” do regime de Daniel Ortega com o papa Francisco, que faleceu nesta segunda-feira (21).

Segundo informações do jornal nicaraguense Confidencial, a ditadura da Nicarágua enviou um documento intitulado “Diante do Papa Francisco” ao cardeal Leopoldo José Brenes, arcebispo de Manágua, e à Igreja no país. A carta foi assinada por Ortega e Rosario Murillo, “copresidente” do regime sandinista e esposa do ditador.

“Nossa relação, como nicaraguenses que creem, devotos e fiéis à Doutrina de Jesus Cristo, foi difícil, acidentada, infelizmente influenciada por circunstâncias adversas e dolorosas, que nem sempre [sandinistas e o papa] se entenderam”, afirmaram.

Ortega e Murillo alegaram que uma “comunicação complicada e alterada” impedia que houvesse “melhores relações” com Francisco e elogiaram o pontífice.

“Admiramos suas viagens pelo mundo promovendo a paz e buscando criar uma Igreja comprometida com o dever e a responsabilidade de criar harmonia, baseada na indispensável solidariedade e fraternidade cristãs”, disseram os ditadores da Nicarágua.

Ortega intensificou a perseguição contra cristãos no país nos últimos anos, com prisões e expulsões de religiosos, fechamento de instituições católicas e protestantes e proibição de atos religiosos em vias públicas, devido ao apoio da Igreja aos manifestantes pró-democracia de 2018.

Em 2023, ele disse que os “bispos, cardeais e papas” são “uma máfia” e criticou o método de eleição dos papas. “Deixem que o povo decida, não a máfia organizada no Vaticano”, disparou.

No mesmo ano, Francisco chamou o regime sandinista de “ditadura grosseira” em entrevista ao site Infobae e apontou “um desequilíbrio na pessoa que dirige” a Nicarágua. Devido a essa fala do papa, o regime sandinista suspendeu relações diplomáticas com o Vaticano.

No ano passado, Ortega voltou a criticar a Igreja, ao chamar a instituição de “parte do conglomerado do fascismo que, em novas formas, quer dominar o mundo”.

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