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O jornal francês “Charlie Hebdo”, que sofreu um ataque de extremistas islâmicos em janeiro deste ano, anunciou que repassará os 4,3 milhões de euros que lhe foram doados desde o ato violento que culminou na morte de 12 pessoas no total. Os beneficiários serão os familiares de funcionários que foram vítimas.

O montante, procedente de 36 mil doadores de 84 países, gerou desconfianças internas a respeito de sua utilização. Para evitar as polêmicas, o valor será depositado no banco estatal Caisse des Dépôts et Consignations, de acordo com um comunicado divulgado pela publicação.

A empresa pediu ao Ministério da Justiça que crie uma comissão para redistribuir as doações.

“Este dinheiro deve ser distribuído entre as vítimas, este é o compromisso que foi assumido pelos integrantes da direção”, disse na sexta-feira (15) o médico e cronista Patrick Pelloux. “Mas até agora não sabemos como isso será feito”.

Valores

A direção do “Charlie Hebdo” demonstra o desejo de retificar “as cifras fantasiosas que circulam sobre o faturamento” da companhia e de “responder às declarações inexatas, fontes de boatos mal-intencionados e de tensões”.

De acordo com os acionistas, a venda de exemplares somam 12 milhões de euros, sem o abatimento dos impostos (33,33%). Especulações da mídia europeia calculavam cerca de 30 milhões de euros, somando faturamento e doações.

As ações da revista estão divididas entre os pais do ex-diretor Charb (40%), morto no atentado, o cartunista Riss (40%) e o diretor financeiro Eric Portheault (20%). Todos assumiram o “compromisso absoluto de não receber nenhum dividendo das quantias”, referindo-se à receita advinda das vendas.

Em entrevista ao jornal “Le Monde”, Riss declara que o “Charlie Hebdo” passará por uma abertura de capital. No entanto, a mudança só deve vir em setembro, para não haver tomada de decisões “sob a influência da emoção”.

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