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Um rompimento dentro da coalizão Frente Guasu no Paraguai levou o ex-presidente Fernando Lugo, destituído do cargo em junho passado, a declarar que vai se candidatar novamente à Presidência do Paraguai, nas eleições de 2013. O apresentador de televisão Mario Ferreiro, que havia sido anunciado como pré-candidato da coalizão, formada por diversos partidos e movimentos sociais, com a aprovação de Lugo, disse estar cansado da indefinição dos dirigentes da Frente Guasu e anunciou sua filiação a um novo movimento.

Irritado, Lugo deixou a sede da Frente Guasu (grande, em guarani) após o anúncio do rompimento e foi abordado por jornalistas. Perguntado sobre quem seria o novo candidato da coalizão, o ex-presidente respondeu na noite de terça-feira: "Eu! Escrevam amanhã que, sim, vou me candidatar."

Ao ser questionado sobre um possível impedimento da Constituição quanto à reeleição, Lugo afirmou: Por acaso alguém cumpre a Constituição do Paraguai? Quem disse que não posso ser presidente? Não terminei meu mandato presidencial."

Na coletiva de imprensa, Lugo leu um breve comunicado sobre a deserção de Ferreiro e dos nove movimentos que lhe apoiam. Fernando Lugo foi afastado do poder no Paraguai em 22 de junho e substituído pelo vice-presidente, Federico Franco. O ex-presidente alega não ter concluído o seu segundo mandato, pelo que considera ter o direito de voltar a candidatar-se às presidenciais.

Ferreiro deixou os meios de comunicação onde trabalhava no começo do ano, quando foi convidado pelo próprio Lugo a se candidatar internamente como pré-candidato, com fortes chances de ser escolhido. Mas, diante da indecisão de Lugo, e da falta de acordo da coalizão, especialmente em relação aos candidatos à presidência, Ferreiro optou por lançar-se em um novo partido.

O jornalista tem a adesão de pelo menos dez movimentos e partidos minoritários de esquerda que fazem parte da Frente Guasú, e adiantou que nos próximos dias se unirá a mais grupos a seu favor para sua candidatura.

"Um projeto para aniquilar Lugo"

Sixto Pereira, do partido Tekojoja, que disputava com Ferreiro a candidatura e um dos políticos mais próximos ao ex-presidente, disse que "desde o começo sabiam que Lugo não tinha qualquer impedimento constitucional".

Hugo Richer, dirigente da Frente Guasu, contrário à candidatura do jornalista Mario Ferreiro, disse que o rompimento do grupo "beneficia a direita" no seu projeto de aniquilar a Lugo e sua liderança.

"A destituição é parte de um projeto de aniquilar Fernando Lugo e sua liderança e isso continua com as eleições. O objetivo é reduzir as possiblidades eleitorais da esquerda. As consequências dessa decisão favorecem a isso. A direita certamente está muito feliz."

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