Kibati - Um comboio de 12 veículos das Nações Unidas partiu ontem para passar por locais em que estavam rebeldes e levar auxílio médico a clínicas saqueadas após a retirada das tropas governamentais, no leste do Congo. Essa é a primeira operação do tipo desde o início do mais recente conflito na região, em agosto.
Os mantenedores de paz da ONU escoltaram os caminhões a partir da capital provincial, Goma, e tanto o Exército congolês quanto o líder dos rebeldes, o general renegado Laurent Nkunda, asseguraram ao comboio uma passagem segura. A informação foi confirmada por Gloria Fernandez, chefe do Escritório da ONU para a Coordenação dos Assuntos Humanitários no leste do Congo.
Segundo Gloria, as prioridades nesse carregamento eram medicamentos e tabletes para purificar a água. Outro comboio, na terça-feira, levará alimentos aos estimados 250 mil refugiados por causa dos confrontos nessa nação da África central, informou a ONU.
"Todo mundo está com fome, todo mundo", disse Jean Bizy, uma professora de 25 anos. A prioridade da ONU é purificar a água e levar medicamentos ao único hospital que funciona ao norte de Goma, o Rutshuru. Todas as clínicas médicas da região foram saqueadas e sobrou apenas o hospital para atender centenas de milhares de pessoas.
Nkunda levou suas tropas em agosto até as proximidades de Goma, até declarar um cessar-fogo unilateral, na semana passada. O conflito é em parte atribuído ao ressentimento deixado pelo genocídio de Ruanda, em 1994, e pelas guerras civis congolesas entre 1996 e 2002.
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