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Multidão se dirige à Academia Militar, em Caracas, para ver o corpo de Chávez. Cerimônia fúnebre será hoje, com a presença de autoridades de vários países | Mariana Bazo/Reuters
Multidão se dirige à Academia Militar, em Caracas, para ver o corpo de Chávez. Cerimônia fúnebre será hoje, com a presença de autoridades de vários países| Foto: Mariana Bazo/Reuters

STF nega pedido de José Dirceu para ir a Caracas

Folhapress

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, negou ontem o pedido do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil) para deixar o país e participar do enterro do presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Barbosa não acolheu o argumento de que Dirceu, condenado a dez anos e dez meses no julgamento do mensalão, teria uma relação próxima com Chávez.

Durante o julgamento do mensalão, o relator do processo e presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, determinou a entrega dos passaportes dos 25 condenados e proibiu a saída do país.

No pedido, a defesa alega que Dirceu tinha uma relação próxima a Chávez. "O requerente pretende estar presente ao funeral em razão da relação de amizade que mantinha com o excelentíssimo presidente Hugo Chávez. Caso haja autorização desta Egrégia Suprema Corte, o retorno ao Brasil será realizado vinte e quatro horas após a cerimônia fúnebre".

Dilma e Lula

A comitiva brasileira chegou a Caracas de forma discreta ontem, às 15h58 (horário de Brasília).

Ao lado da presidente Dilma Rousseff, Lula afirmou em conversas reservadas na residência oficial do Brasil na capital venezuelana que, sem Hugo Chávez, "as reuniões (bilaterais e multilaterais) ficarão menos animadas". Dilma e seu antecessor afirmaram que ele era um "grande contador de causos". Lula chegou a desabafar, dizendo que, nessas horas, sempre fica aquela sensação de que poderia ter sido feito mais para salvar o líder de esquerda da morte.

O presidente em Exercício venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou ontem que o corpo do presidente Hugo Chávez será embalsamado e permanecerá em exposição, em uma urna de vidro, por mais sete dias. Depois, diz, ficará "eternamente" exposto, "como os de Lenin e Mao Tsé-tung", no Museu da Revolução, em Caracas.

O corpo passará ainda por um quartel no emblemático bairro do 23 de Enero, local onde Chávez organizou sua intentona golpista, em 1992, e um dos principais bastiões chavistas da capital venezuelana.

Maduro afirmou ainda que o quartel será o "primeiro local de repouso" do corpo e que, depois, serão tomadas medidas "que o povo pediu", em provável referência à transferência futura de Chávez ao Panteão Nacional.

Os detalhes do eventual enterro, portanto, ainda não estão claros.

Desde a manhã de ontem, milhares de pessoas enfrentam filas quilométricas, com duração de até dez horas, para poder ver o corpo do mandatário por alguns segundos.

Os restos mortais do presidente chegaram à capela da Academia Militar na noite de quarta-feira e, desde então, formaram-se longas filas de aliados para se despedir do mandatário, muitos deles de vermelho (cor símbolo do chavismo) ou com fotos e bonecos de Chávez.

Hoje será realizada uma cerimônia fúnebre com a presença de diversas autoridades. A presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva já estão em Caracas.

Corpo

Segundo pessoas que passaram pelo caixão, o corpo de Chávez foi vestido com um terno verde-oliva, cor de sua farda, e gravata preta, além da clássica boina vermelha que o acompanha desde quando era militar.

Os seguidores dizem que é possível ver metade do corpo pelo vidro, sendo que a bandeira venezuelana cobre o resto. Além da roupa, foi colocada uma faixa vermelha escrito "Milícia", em referência ao grupo de 120 mil civis que ele formou para o golpe de 1992.

Morte

O chefe da guarda presidencial, general José Ornella, disse ontem que Chávez pediu que não o deixassem morrer, horas antes de não resistir a um enfarte. O infarto teria decorrido de complicações causadas pelo câncer, que o deixou internado por três meses antes de morrer.

Ele disse que o último pedido do dirigente foi feito apenas com os lábios, porque não podia falar.

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