
Minneapolis O desabamento da ponte sobre o rio Mississipi, em Minneapolis (EUA), que causou a morte de pelo menos cinco pessoas, gerou medo entre cidadãos e autoridades de que ocorram outros acidentes como esse, e deu início a um intenso debate nacional sobre a segurança da infra-estrutura em todo o país.
Os norte-americanos questionam a responsabilidade dos estados nas inspeções e no cumprimento das recomendações para sanar os defeitos existentes nessas estruturas, assim como a capacidade do governo federal para prevenir acidentes. A preocupação aumentou depois que veio a público que o governo federal sabia, há dois anos, que a ponte em Minneapolis tinha problemas estruturais, informação que foi reconhecida pela Casa Branca.
Ontem, o Departamento de Transporte dos EUA determinou que todas as 756 pontes que existem em todo o território nacional com o mesmo desenho da que desabou sobre o Rio Mississipi sejam submetidas a uma rigorosa vistoria. Os estados deverão fazer a inspeção ou, pelo menos, revisar os últimos relatórios publicados, para determinar se precisam corrigir problemas.
A ponte de Minneapolis ganhou apenas 50 pontos, em uma escala de 120 para medir sua segurança, o que a colocou na categoria de "estruturalmente deficiente". O responsável pelas inspeções, Dan Dorgan, afirmou que uma empresa de engenharia examinou a ponte no ano passado e deu ao estado de Minnesotta duas opções: reforçá-la com pilares de aço ou inspecionar as soldas da infra-estrutura. "Escolhemos a segunda opção, porque a primeira teria debilitado mais a ponte, que teria que suportar grandes perfurações", disse Dorgan. Ele afirmou que ele e as demais autoridades "pensavam que tinham feito tudo o que podiam". "Mas obviamente algo ocorreu de maneira horrível", disse.
As autoridades, que tinham previsto substituir a ponte, que suporta o tráfego de 141 mil veículos por dia, até 2020, agora tentam esclarecer as causas do acidente, e adiantaram que fornecerão o capital para os trabalhos de resgate e reconstrução.
O governador de Minnesotta, Tim Pawlenty, ordenou uma inspeção imediata de todas as pontes existentes no estado, mas ressaltou que nunca recebeu uma notificação de que a estrutura que caiu precisava ser fechada ou necessitava de reparo imediato. Pawlenty afirmou que uma empresa foi contratada para revisar todos os processos de inspeção e protocolos do estado.
A Associação Americana de Engenheiros Civis estima que mais de 70 mil pontes nos EUA se encontram em situações semelhantes à ponte que caiu em Minneapolis e acredita que reformar todas elas teria um custo de mais de US$ 180 bilhões.



