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Blair elogia decisão

Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, elogiou a "histórica decisão" adotada pelo Sinn Fein, braço político do Exército Republicano Irlandês (IRA), ao reconhecer pela primeira vez a autoridade da Polícia e da Justiça da Irlanda do Norte. "O primeiro-ministro dá as boas-vindas a esta histórica decisão e reconhece a liderança que representa chegar a este ponto", afirmou um porta-voz do número 10 de Downing Street, residência e escritório oficial do chefe do governo britânico.

Blair tinha considerado o apoio do Sinn Fein à Polícia do Ulster como uma questão crucial para poder convencer o majoritário e radical Partido Democrático Unionista (DUP) a integrar, junto à legenda republicana, um governo autônomo de poder partilhado. A decisão do Sinn Fein também oferece a Blair a oportunidade de abandonar este ano a chefia do governo, como prometeu, com o processo de paz norte-irlandês encaminhado.

Dublin – O congresso extraordinário do Sinn Fein, reunido ontem em Dublin, aceitou por arrasadora maioria uma proposta da Executiva nacional do partido que prevê, pela primeira vez em sua história, o reconhecimento da autoridade da Polícia e da Justiça norte-irlandesas.

Com a eliminação de um dos pilares ideológicos mais enraizados do movimento republicano, abre-se a porta à possibilidade de que os partidos católicos e protestantes da província formem um governo autônomo de poder partilhado nos prazos previstos no acordo de Saint Andrews.

Os objetivos do acordo, firmado pelos partidos da Irlanda do Norte em outubro, são restaurar o Executivo autônomo até 26 de março e realizar eleições legislativas.

Entre aplausos, o presidente do Sinn Fein, Gerry Adams, agradeceu o apoio recebido a suas propostas e prometeu que esta vitória "histórica" servirá para construir um partido "mais forte politicamente", com que pretende conseguir a unificação da ilha da Irlanda. "É significativo que utilizaremos esta decisão para levar adiante nossa luta. Hoje criamos o potencial para mudar ainda mais o cenário político", assegurou o líder republicano.

Depois de mais de seis horas de debate, a maioria dos quase 900 filiados com direito a voto no congresso extraordinário deu seu apoio à moção, que incluiu, no entanto, cinco emendas para condicionar e limitar a futura atuação da direção do partido neste delicado assunto.

Assim, a Executiva do Sinn Fein só aplicará os conteúdos da proposta quando foram restauradas as instituições do governo autônomo norte-irlandês e for concluída a transferência das competências da Justiça e do departamento do Interior, em maio de 2008.

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