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O aumento do aquecimento global está três vezes mais acelerado que o previsto, revelou uma série de respeitados estudos. De acordo com reportagem do jornal britânico "Independent", as pesquisas - publicadas pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (EUA) e pela Universidade da Califórnia - indicam que a velocidade de aumento das emissões de dióxido de carbono é o triplo da registrada nos anos 1990. A taxa é maior que o pior dos cenários desenhados este ano nos relatórios divulgados pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês).

O estudo da Academia Nacional de Ciências mostra que as emissões de CO2 estão aumentando numa taxa de 3% ao ano durante esta década, enquanto nos anos 1990 o índice era de 1,1%. Os dados sugerem que as previsões do IPCC sobre a destruição de colheitas, a redução de recursos hídricos, o derretimento de gelo e a extinção de espécies podem estar atenuando os problemas que realmente ameaçam o mundo.

A pesquisa também revela que cerca de três quartos do aumento das emissões são causados por países em desenvolvimento, com um crescimento especialmente rápido na China. O país, no entanto, recusa a responsabilidade pelo problema, argumentando que a população chinesa emite apenas um sexto do CO2 produzido pelos americanos.

Em plano lançado nesta segunda-feira, o governo chinês tenta barrar as pressões internacionais. De acordo com o estudo americano, países desenvolvidos, que concentram menos de um sexto da população mundial, ainda são responsáveis por mais de dois terços do total de emissões de gases do efeito estufa.

Além disso, a calota polar do Ártico está derretendo três vezes mais rápido, e o volume dos mares cresce numa velocidade duas vezes maior, como fora previsto. O estudo do Centro Nacional de Neve e Gelo da Universidade da Califórnia mostra que o gelo no Ártico diminuiu numa taxa de 7,8% a cada década nos últimos 50 anos. Para o IPCC, a mesma taxa seria de 2,5%.

Reveladas às vésperas da reunião decisiva do G8 (grupo dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia), em que as mudanças climáticas estarão no topo da agenda das potências mais poderosas do planeta, as descobertas podem levar ao aumento das pressões para medidas mais duras no combate à poluição.

O maior alvo da reunião do G8, que começa na quarta-feira, em Heiligendamm, na Alemanha, deve ser o presidente americano, George W. Bush. Apesar das resistências, a ONU vê chances de acordo. Os já tradicionais protestos contra a cúpula reuniram cerca de mil manifestantes nesta segunda-feira, na Alemanha.

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