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O secretário-geral da Liga Árabe, Amr Moussa, engrossou o coro dos líderes árabes neste domingo condenando um ataque aéreo israelense que matou ao menos 54 pessoas no Líbano, chamando a ação de "massacre" e exigindo uma investigação internacional.

"O secretário-geral da Liga Árabe pediu uma investigação internacional do massacre e outros crimes de guerra israelenses cometidos no Líbano, especialmente os que envolvem civis libaneses", afirmou a Liga em comunicado.

Devido ao bombardeio à Qana, no sul do país, o Líbano disse à secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, - que tem resistido em pedir uma trégua imediata-- que ela não é bem-vinda em Beirute antes de um cessar-fogo.

Da Algéria ao Egito até os territórios palestinos, árabes expressaram choque e revolta e questionaram por quê líderes mundiais ainda não agiram com mais persuasão para acabar com a violência no Líbano.

- Matar crianças é pior do que uma barbaridade. Eu estou muito revoltado, mas não sei o que fazer para ajudar nossos irmãos no Líbano - disse Mohamed Hadjersi, um professor argelino aposentado.

- Líderes mundiais não devem permanecer como espectadores - disse o estudante universitário Kamel Sidoum, também da Argélia.

Milhares de palestinos tomaram as ruas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada por israelenses para protestar. No Cairo, grande número de legisladores se juntaram a centenas de manifestantes em uma marcha de protesto até a Liga Árabe.

Os manifestantes egípcios carregaram faixas com os dizeres: - Todos nós estamos com a resistência - e entoaram pedidos para expulsão do embaixador israelense.

O chefe da Liga Árabe, Moussa, pediu ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que se reuniu em Nova York no domingo, para pressionar Israel para acabar com a ofensiva contra o Hezbollah, iniciada após o grupo guerrilheiro capturar dois soldados israelenses.

Entre os mortos de Qana estão pelo menos 37 crianças. Pelo menos 545 pessoas foram mortas na guerra no Líbano, embora o ministro da Saúde estime um número de 750 incluindo os corpos não-localizados. Cinquenta e um israelenses também foram mortos.

O presidente egípcio, Hosni Mubarak, um aliado americano, chamou o bombardeio de "irresponsável". O Egito é um dos dois países árabes, ao lado da Jordânia, que assinou um tratado de paz com Israel.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, teria dito à agência de notícias do governo Sana: "Isso constitui terrorismo federal cometido diante dos olhos e ouvidos do mundo."

O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, disse que os ataques israelenses não acabariam com a determinação do povo libanês e pediu unidade "diante dos crimes de guerra de Israel".

A Jordânia e o Egito, ao lado da Arábia Saudita, estão preocupados que um prolongamento do conflito cause uma reação de grupos radicais muçulmanos na região.

A Líbia disse que procuraria impedir a violência por meio de contatos com os membros do Conselho de Segurança da ONU e aumentaria a doação de medicamentos e alimentos para o Líbano. A Tunísia declarou três dias de luto nacional.

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