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NARCOTERRORISMO

Arcebispo que apoia processo de paz é ameaçado de morte na Colômbia

 | AFP/
(Foto: AFP/)

Arcebispo da cidade colombiana de Cali, o monsenhor Darío de Jesús Monsalve, que apoia o processo de paz com as guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do Exército de Libertação Nacional da Colômbia (ELN), revelou neste domingo (18) que foi ameaçado de morte.

O religioso contou à imprensa local que desconhecidos foram, no último sábado (17), até sua casa, também em Cali, e jogaram panfletos por debaixo da porta com a frase: “morte às Farc, a [presidente Juan Manuel] Santos e aos clérigos comunistas”.

Monsalve participou ativamente do apoio aos diálogos que culminaram em um acordo de paz com a guerrilha das Farc, e se mostrou a favor do pacto no referendo de 2 de outubro, apesar de a Igreja Católica ter mantido uma postura neutra durante a votação.

Recentemente, o arcebispo foi nomeado coordenador da comissão de bispos que acompanha os diálogos com o ELN guevarista.

“Estamos verificando quem distribui todas essas coisas nas cidades com estas mensagens, porque isso é ouvido no discurso de muitos de nossos políticos, que estigmatizam todos que estão lutando por uma tarefa de paz”, disse Monsalve.

Ele acrescentou que, apesar da ameaça, não se sente intimidado, e apresentará uma denúncia diante da procuradoria para que investiguem a procedência da mensagem.

O negociador-chefe do governo nos diálogos com o ELN, Juan Camilo Restrepo, declarou no Twitter seu “rechaço profundo às ameaças contra Monsalve”, e prestou solidariedade ao arcebispo.

Depois do fracasso no referendo sobre o acordo com as Farc, negociado durante quatro anos em Havana, o texto foi renegociado e aprovado pelo Congresso em 30 de novembro. Enquanto isso, as negociações públicas com o ELN, que deveriam ter começado no dia 27 de outubro, estão suspensas até que o grupo guerrilheiro liberte o ex-congressista Odín Sánchez.

O conflito armado colombiano, que envolve guerrilhas, grupos paramilitares e agentes estatais, deixou ao menos 260 mil mortos, 60 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados em mais de meio século de conflito.

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