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Nickel Mines, EUA – O motorista de caminhão de 32 anos que invadiu uma pequena escola e matou cinco meninas a tiros, para depois se suicidar, provavelmente escolheu o estabelecimento por ser um alvo fácil, e não porque tinha alguma coisa contra os amish, disse a polícia.

A polícia da Pensilvânia disse que o homem perdeu uma filha há três anos e que está investigando os bilhetes suicidas e a declaração que ele fez à mulher de que queria se vingar de algo que acontecera 20 anos atrás.

Questionado sobre novas informações sobre os motivos que levaram o atirador a cometer o crime, o comissário da polícia da Pensilvânia, Jeffrey Miller, disse que Roberts havia perdido uma filha há três anos, e que isso pode ter afetado seu "estado de espírito". "Pode ser que ele estivesse furioso com Deus por ter perdido um filho", Miller.

O terceiro ataque a tiros contra uma escola norte-americana em menos de uma semana abalou a calma comunidade agrícola amish, uma seita religiosa tradicionalista de vida pacata, em que as pessoas não usam a eletricidade e nem automóveis. As carroças e as roupas dos moradores da região remetem a um passado distante. "Não acredito que ele tivesse alguma hostilidade contra a comunidade amish. Achamos que foi um alvo oportunista", disse Miller. "Ele achou que poderia entrar lá com facilidade."

Vários integrantes da comunidade amish disseram que estavam tristes, mas não revoltados, e ressaltaram a necessidade de perdão. "Simplesmente não é assim que pensamos. Não faz sentido ficar revoltado", disse Henry Fisher, 62 anos, um agricultor aposentado.

Segundo ele, o estilo de vida amish, sem televisão nem cartões de crédito, era "uma vida mais pacífica para manter a próxima geração numa vida mais humilde". Ele disse não acreditar que sejam adotadas novas medidas de segurança nas escolas, porque se tratou de um incidente isolado e bizarro. Descendentes de colonos de origem suíço-alemã, os amish vivem em comunidades que se tornaram conhecidas com o filme "A Testemunha", de 1985, estrelado por Harrison Ford.

Um morador de 25 anos da cidade, que não quis se identificar, disse que perdeu a sobrinha de 13 anos no ataque, e que outra sobrinha de 11 anos estava em situação estável num hospital da Filadélfia. Ele manifestou resignação. "Acho que tinha que acontecer. Deus sabe o que faz."

O atirador, identificado como Charles Carl Roberts, 32 anos, não era amish e não tinha registro na polícia. Roberts e a mulher, Marie Roberts, têm dois filhos e uma filha, com idades entre 1 ano e meio e 7 anos, disse o jornal Lancaster Era newspaper.

Roberts foi com os filhos mais velhos até o ponto do ônibus escolar no dia do ataque, depois esperou sua mulher sair de casa e deixou os bilhetes suicidas para a família. De lá, foi com uma picape emprestada até a escola amish.

"Morte de Inocentes" foi a manchete do Intelligencer Journal, de Lancaster, na Pensilvânia. Segundo o jornal, a mulher do atirador, Marie Roberts, descreveu o marido como "amoroso, responsável, atencioso, tudo o que se pode querer e ainda mais". Ela também disse ao jornal que ele era um "pai excepcional" que levava os filhos aos treinos de futebol, jogava bola no quintal com eles e ia fazer compras com a filha de 7 anos.

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