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A onda de transformações políticas no mundo árabe atingiu ontem a Argélia. Dois dias depois dos primeiros protestos em Argel contra o presidente Abdelaziz Bouteflika, no poder há 12 anos, o ministro das Relações Exteriores do país, Mourad Medelci, anunciou o fim do estado de emergência, em vigor há 19 anos.

A lei de exceção - transformada em regra - tem por objetivo reprimir grupos radicais muçulmanos, mas é amplamente contestada pela população argelina, que começa a pedir nas ruas a abertura política no país, como na Tunísia e no Egito. A revogação do estado de emergência já havia sido aventada no início de fevereiro por Bouteflika. Ontem, a confirmação foi dada por Mourad, em entrevista à rádio francesa Europe 1.

Questionado sobre se a Argélia seria o próximo país a ter um presidente derrubado do poder por manifestantes, o ministro usou de palavras fortes: "A Argélia não é a Tunísia, a Argélia não é o Egito". Segundo o chanceler, as manifestações realizadas no último sábado foram organizadas por "movimentos minoritários".

Em seguida, porém, Mourad anunciou a revogação da lei. "Nos próximos dias, falaremos sobre isso como uma coisa do passado", afirmou, referindo-se ao estado de exceção. E completou: "Teremos um regresso a um estado que permite a completa liberdade de expressão, dentro dos limites da lei".

O ministro disse ainda que Bouteflika está avaliando a necessidade de formação de um novo governo, sob seu comando, com um viés mais social e ênfase em políticas de criação de empregos. Administrando um país rico em petróleo e gás, Bouteflika já anunciou em janeiro medidas para reduzir o preço de produtos como o açúcar, para conter o aumento da inflação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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