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A Argentina pediu nesta quarta-feira (29) que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) se some à União Europeia (UE) para analisar o conflito sobre a soberania das Ilhas Malvinas, depois que Londres recorreu à mediação de Bruxelas pelo boicote comercial proposto pelo governo de Cristina Kirchner.

Os argentinos "propõem que a UE junto com a Unasul analisem a questão e convidem as partes a reiniciar as negociações convocadas, em numerosas oportunidades, pela Assembleia Geral das Nações Unidas", assinalou um comunicado da chancelaria argentina.

Negociações convocadas pela ONU e que "a Grã-Bretanha ignora, mostrando o desprezo pelo principal órgão para a resolução pacífica dos conflitos entre nações, pondo em risco as instituições da governança multilateral", acrescentou o texto.

O Governo argentino respondeu assim à decisão do Reino Unido de convocar o encarregado de negócios do país sul-americano em Londres, Osvaldo Mársico, e pedir a mediação da UE após a proposta de boicote comercial a produtos britânicos.

A Argentina "se compraz" pelo fato de o Reino Unido "haver, finalmente, recorrido a um fórum para buscar uma solução diplomática à questão das Malvinas", frisou a chancelaria.

Sua decisão, acrescentou, permitirá à UE "comprovar as violações de resoluções das Nações Unidas por parte da Grã-Bretanha devido à exploração de recursos naturais em áreas em disputa de soberania".

"A Argentina convida a UE a aproveitar esta oportunidade para convencer o Reino Unido a aceitar o mandato de bons ofícios do secretário-geral das Nações Unidas e conseguir que as partes retomem as negociações", insistiu.

Tensão

A tensão entre Londres e Buenos Aires aumentou nas vésperas do 30º aniversário da guerra entre os países pela soberania das ilhas e que deixou cerca de 900 mortos.

Bruxelas anunciou hoje que iniciará ações diplomáticas "apropriadas" perante a Argentina após sua chamada a um boicote comercial.

"A UE tomará os passos diplomáticos para esclarecer as preocupações comerciais legítimas" de Londres, disse à Agência Efe o porta-voz de Comércio da Comissão Europeia, John Clancy.

No entanto, Clancy não detalhou por enquanto quais ações Bruxelas pode empreender.

O governo da Argentina propôs ontem a 20 empresas argentinas e multinacionais que importam produtos do Reino Unido que substituam o país de origem de suas compras.

Além disso, no sábado passado, as autoridades portuárias da cidade argentina de Ushuaia negaram a entrada a dois cruzeiros britânicos procedentes das Malvinas, gesto tachado de "preocupante" pelo governo de Londres.

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