Argentina pronta para lutar contra Uruguai

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A Argentina nomeou nesta terça-feira os representantes encarregados de entrar com uma ação contra o Uruguai junto à Corte Internacional de Haia, devido à acusação de que o país vizinho violou tratados bilaterais ao iniciar a construção de duas fábricas de celulose na fronteira comum.

O presidente argentino, Néstor Kirchner, deu assim o último passo antes de impetrar a ação judicial contra o aliado histórico da Argentina, depois de três meses de negociações infrutíferas responsáveis por abalar as relações entre os dois países.

A Argentina teme que as duas fábricas, resultado de um projeto envolvendo o maior investimento privado da história uruguaia, contaminem o meio ambiente e pede às empresas européias sejam realizados novos estudos.

Em um decreto publicado na terça-feira no Diário Oficial, o governo argentino nomeou os embaixadores Horacio Adolfo Basabe, Susana Myrta Ruiz Ceruti e Santo Goni Marenco como representantes do país para dar início à ação judicial.

Kirchner convocou todos os governadores do país a participarem, na próxima quinta-feira, de um ato na cidade de Gualeguaychú, na frente da cidade uruguaia de Fray Bentos, onde estão sendo construídas as fábricas. O ato visa a mostrar o apoio interno dado ao presidente na decisão de recorrer a Haia.

O objetivo da Argentina é conseguir a suspensão das obras realizadas pela empresa finlandesa Botnia a fim de que seja elaborado um novo relatório de impacto ambiental. A empresa espanhola Ence paralisou as obras no começo de abril.

Na segunda-feira, os manifestantes que bloquearam o trânsito na ponte que une as duas cidades decidiram suspender a ação no dia seguinte, conforme o desejo do governo, que não quer nenhum entrave a sua demanda na corte internacional.

Enquanto isso, o Uruguai continua com seus esforços para transformar o embate com a Argentina em um tema da agenda do Mercosul e para envolver a Organização dos Estados Americanos (OEA).