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Argentina rechaça declaração da Celac crítica aos EUA: “Sem consenso necessário”

Javir Milei, presidente da Argentina: país não assinou declaração que necessita de consenso (Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni)

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O governo da Argentina acusou a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) de violar procedimentos que regem o organismo, após divulgar uma declaração emitida na cúpula realizada em Tegucigalpa, capital de Honduras, sem o consenso necessário.

“A Argentina exige respeito ao princípio do consenso na Celac e denuncia a violação dos procedimentos“, declarou o Ministério das Relações Exteriores do país em um comunicado, no qual também enfatizou que “afirma formalmente que a chamada ’Declaração de Tegucigalpa' não tem validade e não pode ser considerado um documento oficial da Celac”.

A “Declaração de Tegucigalpa” foi divulgada na quarta-feira, ao final da IX Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Celac, que não contou com a presença do presidente argentino, Javier Milei.

A declaração da Celac fez críticas veladas ao presidente Donald Trump e sua política tarifária. No documento, os países que votaram rejeitaram “a imposição de medidas coercitivas unilaterais contrárias ao direito internacional, incluindo aquelas que restringem o comércio internacional”.

O texto da declaração final não teve assinatura da Argentina, Paraguai e Nicarágua.

A Casa Rosada frisou que, apesar do país não ter concordado com a declaração final, a presidência pro tempore hondurenha “tentou impor o texto de forma ilegítima, invocando uma figura que não existe no marco regulatório da Celac: o chamado ‘consenso suficiente”.

“Essa expressão ambígua e imprecisa contradiz o princípio do consenso pleno, pedra angular do funcionamento institucional da Celac, conforme estabelecido em seu documento constitutivo 'Procedimentos para o funcionamento orgânico da Celac'”, defendeu a Chancelaria argentina.

Celac busca aproximação com a China

A Celac, formada em 2010 e que atualmente engloba 33 países, considera a China um dos principais - ou o principal - parceiro para aprofundar as relações em meio à nova política de Donald Trump.

Em maio, está previsto o quarto Fórum Celac-China, sob a presidência rotativa da Colômbia, que prometeu dar impulso à agenda com o gigante asiático.

“Este será um ano em que trabalharemos em uma agenda conjunta em que colocaremos no centro da discussão como fortalecer a América Latina e o Caribe (...) Realizaremos o Fórum Celac-China em 13 de maio em Pequim, onde o presidente Petro liderará (...) a reunião de ministros das Relações Exteriores”, declarou a ministra das Relações Exteriores da Colômbia, Laura Sarabia, que acompanhou o presidente na cúpula da Celac em Honduras.

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