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Diante da votação marcada pelos eleitores usando máscaras cirúrgicas, exoneração da ministra da Saúde e decretação de emergência sanitária em Buenos Aires, portenhos ouvidos pela Gazeta do Povo nesta semana tentam manter sua rotina sem sobressaltos, embora digam conhecer casos de pessoas que estão apavoradas com a doença e relatem um clima de paranoia.

A Argentina é a principal origem da gripe suína que infectou 737 brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. O país vizinho tem o dobro de pessoas gripadas: 1587, segundo atualização mais recente da Organização Mundial da Saúde (OMS). O governo da Argentina reconhece 44 mortes causadas pela nova gripe.

"Minha irmã, por exemplo, não quer mais sair para dançar. Dizem que nas baladas é onde mais se contagia", descreve a comunicóloga Belen Aliberti. "A incerteza é um dos maiores temores na Argentina. O desconhecimento gera uma sensação de alarme que preocupa aqueles que não sabem o que está acontecendo", opina Belen, que diz estar mantendo a rotina.

Apesar de atitudes como a da irmã de Belen, para o office-boy Alberto Diego Di Genni, que mora na periferia da cidade, os portenhos não estão agindo com responsabilidade. "Não é brincadeira, deveriam ser mais sérios", opina Di Gienni, que diz evitar aglomerações.

O portenho Juan Carlos Gazzaniga, que é mestre em administração de empresas e também afirma não ter mudado sua rotina, diz ver pessoas com máscaras cirúrgicas todos os dia. "Pode-se ver máscaras por todos os lados, no metrô e nas ruas. As pessoas tossem e são olhadas com desconfiança por outros cidadãos", contou.

"Há uma paranoia impressionante em Buenos Aires", conta a jornalista freelance Wendy Selene, que conhece bem essa sensação. Ela mora em Buenos Aires há três anos. Antes morava no México, primeiro país a sentir o impacto da gripe A. "O México em abril estava assim. As cidades não estavam paralisadas, mas o assunto estava por todos os lados". Ela relata ainda que uma professora sua na academia vai deixar de levar a filha para o colégio por terem descoberto um caso da gripe em uma colega.

Esse é o principal debate na Argentina: adiantar e prolongar as férias de inverno nas escolas ou não. Uma enquete do jornal La Nación deu conta de que os pais querem também férias de seus trabalhos.

Durante a aula de spinning de Wendy, a professora parecia disposta a deixar de ir ao trabalho: "Há três casos no Hospital Ramos Mejía [que fica perto da academia]. Está entre nós, qualquer um pode pegar", teria declarado a professora assustada.

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