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Em dois debates na TV, realizados em menos de 12 horas, os pré-candidatos republicanos à presidente dos EUA usaram artilharia pesada para atingir os adversários, principalmente o favorito deles, Mitt Romney, que lidera as pesquisas para as primárias de New Hampshire, na terça-feira, e da Carolina do Sul, no próximo sábado. Lutando para desbancar o favorito ou ao menos para se firmar como alternativa, o deputado Ron Paul, o ex-senador Rick Santorum e o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich distribuíram adjetivos como "corrupto" e "mentiroso" entre si e contra Romney. Nos dois debates, realizados no sábado à noite e no domingo de manhã, respectivamente nas redes ABC e NBC, Romney enfrentou o fogo amigo sem perder a calma, mesmo quando Gingrich o chamou de mentiroso. Na última pesquisa, divulgada ontem pela Universidade Suffolck e pelo canal 7 News, Romney tem 35% das intenções de voto, contra 20% de Paul e 11% do ex-embaixador John Huntsman, que concentrou sua campanha em New Hampshire - um estado de apenas 1,3 milhão de habitantes, na Nova Inglaterra. Gingrich tem 9%, e Santorum, 8%.

Rick Santorum afirmou que os EUA precisam de um líder, "não de um CEO (chefe executivo)", desdenhando da experiência empresarial de Romney, um dos trunfos mais exibidos pelo favorito. Mas os ataques mais duros vieram de Gingrich, irritado com a campanha negativa que tem sido movida contra ele pela super PAC Believe in America, ligada a Romney. Os PACs (Comitês de Ação Política, na sigla em inglês) são entidades que têm liberdade para arrecadar fundos e gastar em campanhas políticas, segundo decisão da Suprema Corte em 2010, desde que "não ajam em coordenação com o candidato", embora não se saiba como isso seria fiscalizado.

A super PAC ligada a Gingrich reagiu acusando Romney, em anúncio de TV, de ter destruído empregos com seu trabalho na Bain Capital, empresa especializada na compra e reestruturação de empresas.

"Mitt Romney é apaixonado por um modelo de Wall Street no qual você joga com empresas, entra e sai levando muito dinheiro, deixando os empregados para trás", disse Gingrich, no debate da ABC, no sábado.

Romney se defendeu, afirmando que o balanço das intervenções da Bain Capital em empresas como a Domino's Pizza tinha sido a criação de 100 mil empregos, mesmo considerando-se as demissões nas empresas que passaram por downsizing. Com isso, ele tenta marcar dois pontos: associar sua imagem à geração de empregos, prioridade máxima para os americanos em 2012, e se mostrar um empresário, não um político convencional.

Romney criticou Obama pela crise econômica e afirmou que a recuperação do nível de emprego, com criação de 200 mil postos de trabalho em dezembro, não será responsabilidade do atual presidente.

"Isso é como o galo assumir a responsabilidade pelo nascer do dia", afirmou o candidato republicano.

No debate do domingo de manhã, Santorum questionou por que Romney não concorreu à reeleição em 2006.

"Queremos alguém que, quando as coisas ficam difíceis, como acontecerá nesta eleição, se mantenha firme na defesa dos princípios conservadores", disse Santorum, dirigindo-se a Romney.

Gingrich pressionou o ex-governador de Massachusetts, lembrando que ele havia perdido uma eleição para o Senado para o democrata Ted Kennedy e a indicação para concorrer a presidente em 2008, para o senador John McCain.

"Você está competindo há anos e anos", cutucou Gingrich.

Ron Paul e Rick Santorum travaram um duelo à parte: Paul acusou o ex-senador da Pensilvânia de corrupto, por ter atuado em favor de empresas dos setores hospitalar e de mineração. Líder da corrente Tea Party, Paul também questionou as credenciais conservadoras de Santorum.

"Sou um conservador, não libertário, não voto contra tudo", rebateu Santorum.

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