
A Ucrânia encerrou ontem a campanha da eleição presidencial em meio a uma escalada do conflito no leste do país que fala russo, onde os combates nas últimas 48 horas tiraram a vida de dezenas de soldados e rebeldes. Após vários dias de calma, o ataque rebelde da madrugada da quinta-feira contra um destacamento das forças governamentais em Lugansk ameaçou a realização do pleito nessa região pró-russa e na vizinha Donetsk, ambas autoproclamadas repúblicas populares.
Mais de 500 separatistas pró-Rússia atacaram um comboio de tropas do governo em um confronto que durou horas e que causou a morte de 20 rebeldes na aldeia de Rubizhane, informou o Ministério de Defesa da Ucrânia. Na manhã de ontem, mais um soldado foi morto próximo à região depois que as forças de segurança ucranianas foram atacadas em uma emboscada.
O reinício dos combates aconteceu justo quando o presidente interino, Alexander Turchinov, tinha anunciado o início da última fase da ofensiva para limpar o leste de "separatistas-terroristas".
Participação
Em Kiev, o presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, pediu a todos os eleitores que participem da eleição no domingo. Contudo, o pleito permanece incerto devido aos confrontos e ameaças de boicote aos locais de votação.
Autoridades na Ucrânia esperam que o novo presidente unifique a nação dividida, mas reconhecem que será impossível sustentar o voto em algumas áreas do leste da região, especialmente em Donetsk e Luhansk. Voluntários que irão trabalhar nas eleições e ativistas disseram que foram ameaçados por homens armados, que apreenderam papéis e selos que serão utilizados nas votações.
A Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) está enviando uma grande missão de observação e seu relatório deve ter uma influência significativa, mas ela não fará avaliações definitivas sobre a validade da eleição.
Crise
Depois de meses de protestos contra seu governo, que se recusou a assinar pacto com a União Europeia, e dezenas de manifestantes mortos, o presidente Viktor Yanukovich assinou um acordo com líderes da oposição em fevereiro e concordou com a antecipação das eleições para dezembro. Mas ele fugiu no final do mesmo dia e reapareceu na Rússia. O parlamento decidiu cassar seu mandato e antecipar a votação para 25 de maio.



