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Incerteza

Às vésperas da eleição, ataques deixam Ucrânia em clima de guerra

Governo provisório reconhece que será difícil garantir que eleitores votem em algumas regiões do país dominadas por separatistas

Praça da Independência, em Kiev, foi o principal local de concentração de manifestantes. País espera se estabilizar após eleição presidencial de amanhã | David Mdzinarishvili/Reuters
Praça da Independência, em Kiev, foi o principal local de concentração de manifestantes. País espera se estabilizar após eleição presidencial de amanhã (Foto: David Mdzinarishvili/Reuters)

A Ucrânia encerrou ontem a campanha da eleição presidencial em meio a uma escalada do conflito no leste do país que fala russo, onde os combates nas últimas 48 horas tiraram a vida de dezenas de soldados e rebeldes. Após vários dias de calma, o ataque rebelde da madrugada da quinta-feira contra um destacamento das forças governamentais em Lugansk ameaçou a realização do pleito nessa região pró-russa e na vizinha Donetsk, ambas autoproclamadas repúblicas populares.

Mais de 500 separatistas pró-Rússia atacaram um comboio de tropas do governo em um confronto que durou horas e que causou a morte de 20 rebeldes na aldeia de Rubizhane, informou o Ministério de Defesa da Ucrânia. Na manhã de ontem, mais um soldado foi morto próximo à região depois que as forças de segurança ucranianas foram atacadas em uma emboscada.

O reinício dos combates aconteceu justo quando o presidente interino, Alexander Turchinov, tinha anunciado o início da última fase da ofensiva para limpar o leste de "separatistas-terroristas".

Participação

Em Kiev, o presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, pediu a todos os eleitores que participem da eleição no domingo. Contudo, o pleito permanece incerto devido aos confrontos e ameaças de boicote aos locais de votação.

Autoridades na Ucrânia esperam que o novo presidente unifique a nação dividida, mas reconhecem que será impossível sustentar o voto em algumas áreas do leste da região, especialmente em Donetsk e Luhansk. Voluntários que irão trabalhar nas eleições e ativistas disseram que foram ameaçados por homens armados, que apreenderam papéis e selos que serão utilizados nas votações.

A Organização para Se­­gurança e Cooperação na Europa (OSCE) está enviando uma grande missão de observação e seu relatório deve ter uma influência significativa, mas ela não fará avaliações definitivas sobre a validade da eleição.

Crise

Depois de meses de protestos contra seu governo, que se recusou a assinar pacto com a União Europeia, e dezenas de manifestantes mortos, o presidente Viktor Yanukovich assinou um acordo com líderes da oposição em fevereiro e concordou com a antecipação das eleições para dezembro. Mas ele fugiu no final do mesmo dia e reapareceu na Rússia. O parlamento decidiu cassar seu mandato e antecipar a votação para 25 de maio.

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