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Praça da Independência, em Kiev, foi o principal local de concentração de manifestantes. País espera se estabilizar após eleição presidencial de amanhã | David Mdzinarishvili/Reuters
Praça da Independência, em Kiev, foi o principal local de concentração de manifestantes. País espera se estabilizar após eleição presidencial de amanhã| Foto: David Mdzinarishvili/Reuters

Para Putin, vizinhos estão em guerra civil

Efe

O presidente russo, Vladimir Putin, disse ontem que a Ucrânia "vive uma verdadeira guerra civil", ao discursar para dirigentes de empresas no Fórum Econômico de São Petersburgo. O chefe do Kremlin destacou que a crise ucraniana explodiu como consequência de um golpe de Estado contra o presidente Viktor Yanukovich por ter adiado a assinatura de um tratado de associação com a União Europeia.

"Houve um golpe de Estado apoiado por nossos parceiros americanos e europeus. O que aconteceu depois? Caos, e agora vemos uma verdadeira guerra civil", disse o chefe do Kremlin.

Crimeia

Putin também defendeu a recente anexação da Crimeia à Federação Russa, alegando que "se evitou uma tragédia como a de Odessa", onde manifestantes pró-russos morreram em um incêndio. "Se não o tivéssemos feito, teríamos ali [na Crimeia] tragédias maiores que as que vemos em algumas cidades da Ucrânia, como Odessa, onde o povo desarmado foi encurralado em um prédio e queimado vivo: queimaram quase 50 pessoas, outras 50 estão desaparecidas."

18 comissões eleitorais estavam bloqueadas por insurgentes na última quinta-feira, de acordo com informações da Comissão Eleitoral Central. A realização das votações nesses locais não está garantida. No total, há 34 comissões eleitorais na Ucrânia.

35 milhões de ucranianos estão aptos a votar em um dos 21 candidatos. Pesquisas eleitorais mostram que o bilionário Petro Poroshenko é o líder. A maior concorrente dele é a ex-premiê Yulia Tymoshenko, que conta com apenas 6% dos votos.

A Ucrânia encerrou ontem a campanha da eleição presidencial em meio a uma escalada do conflito no leste do país que fala russo, onde os combates nas últimas 48 horas tiraram a vida de dezenas de soldados e rebeldes. Após vários dias de calma, o ataque rebelde da madrugada da quinta-feira contra um destacamento das forças governamentais em Lugansk ameaçou a realização do pleito nessa região pró-russa e na vizinha Donetsk, ambas autoproclamadas repúblicas populares.

Mais de 500 separatistas pró-Rússia atacaram um comboio de tropas do governo em um confronto que durou horas e que causou a morte de 20 rebeldes na aldeia de Rubizhane, informou o Ministério de Defesa da Ucrânia. Na manhã de ontem, mais um soldado foi morto próximo à região depois que as forças de segurança ucranianas foram atacadas em uma emboscada.

O reinício dos combates aconteceu justo quando o presidente interino, Alexander Turchinov, tinha anunciado o início da última fase da ofensiva para limpar o leste de "separatistas-terroristas".

Participação

Em Kiev, o presidente interino da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, pediu a todos os eleitores que participem da eleição no domingo. Contudo, o pleito permanece incerto devido aos confrontos e ameaças de boicote aos locais de votação.

Autoridades na Ucrânia esperam que o novo presidente unifique a nação dividida, mas reconhecem que será impossível sustentar o voto em algumas áreas do leste da região, especialmente em Donetsk e Luhansk. Voluntários que irão trabalhar nas eleições e ativistas disseram que foram ameaçados por homens armados, que apreenderam papéis e selos que serão utilizados nas votações.

A Organização para Se­­gurança e Cooperação na Europa (OSCE) está enviando uma grande missão de observação e seu relatório deve ter uma influência significativa, mas ela não fará avaliações definitivas sobre a validade da eleição.

Crise

Depois de meses de protestos contra seu governo, que se recusou a assinar pacto com a União Europeia, e dezenas de manifestantes mortos, o presidente Viktor Yanukovich assinou um acordo com líderes da oposição em fevereiro e concordou com a antecipação das eleições para dezembro. Mas ele fugiu no final do mesmo dia e reapareceu na Rússia. O parlamento decidiu cassar seu mandato e antecipar a votação para 25 de maio.

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