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Três atentados a bomba na cidade de Baquba, 60 quilômetros ao norte de Bagdá, mataram nesta quarta-feira pelo menos 33 pessoas, entre elas 12 policiais, e deixaram 55 feridos De acordo com a polícia, os atentados têm a marca da Al-Qaeda no Iraque, que ameaçou fazer o máximo para impedir a realização das eleições parlamentares de domingo. Os ataques, coordenados entre si, tiveram como principal alvo a polícia.

O primeiro carro-bomba explodiu perto de uma delegacia de polícia às 9h45 locais (3h45 em Brasília). A explosão destruiu um edifício ao lado da delegacia. Minutos mais tarde, um suicida detonou explosivos dentro do carro em que estava perto da sede do governo da Província de Diyala, da qual Baquba é a capital. O escritório do Movimento de Reforma Nacional, partido xiita do ex-primeiro-ministro Ibrahim Jaafari, ficou destruído no ataque.

Logo depois do segundo atentado, numa demonstração impressionante de coordenação, outro suicida, dessa vez a pé, detonou explosivos perto da entrada para o pronto-socorro do principal hospital da cidade, no momento em que o comandante da polícia em Diyala entrava para visitar os policiais feridos. As autoridades decretaram toque de recolher em Baquba.

A Al-Qaeda, de orientação sunita, afirma lutar contra o domínio xiita no Iraque, que segundo ela será consolidado nessas eleições. Os xiitas representam cerca de dois terços dos iraquianos e os sunitas, praticamente o outro terço (há uma pequena minoria cristã no norte, que também tem sido alvo de ataques).

Panfletos distribuídos em bairros sunitas advertem os moradores a não comparecer na votação, que começa amanhã com militares e policiais, e continua no domingo com os civis.

A violência sectária, que havia diminuído, embora não acabado no Iraque, recrudesceu nas últimas semanas, com a aproximação das eleições, que formarão um novo Parlamento, que por sua vez escolherá o primeiro-ministro e o presidente.

No dia 25 de janeiro, três carros-bomba explodiram simultaneamente na área central de Bagdá, perto de três hotéis que hospedam estrangeiros, matando 36 pessoas. No dia seguinte, uma bomba explodiu diante do equivalente ao Instituto Médico Legal, deixando 38 mortos. Uma semana depois, uma mulher detonou os explosivos que levava consigo perto de peregrinos xiitas no norte de Bagdá, matando 41 pessoas.

Em dezembro, quatro bombas explodiram perto de locais ligados à educação e edifícios da Justiça no centro de Bagdá, matando 127 pessoas. Mas o maior atentado ocorreu em outubro, quando dois carros-bomba explodiram ao mesmo tempo, atingiram três edifícios do governo e deixaram 155 mortos.

Muitos iraquianos acreditam, no entanto, que por trás desses atentados estejam não grupos sectários como a Al-Qaeda e os radicais xiitas, mas adversários políticos do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, interessados em tirar dele o maior trunfo nessa eleição - o de ter reduzido a violência.

Os atentados, porém, põem em risco não só as eleições, mas também os planos do presidente Barack Obama de diminuir de 100 mil para 50 mil o número de soldados americanos no Iraque até agosto, e de concluir a retirada no fim do ano que vem.

O governo americano planeja mudar a missão dos soldados restantes de combate para treinamento de militares iraquianos. A ideia é formalizar a nova missão com a troca de nome, prevista para 1º de setembro, de Operação Liberdade Iraquiana para Novo Amanhecer. Os militares iraquianos já somam 197 mil. Nas ruas de Bagdá, não se veem soldados americanos, que ainda patrulham estradas e regiões do interior do Iraque.

Além dos militares iraquianos, as ruas da capital são fortemente guardadas por policiais. Na região central, a cada centenas de metros o motorista depara com um bloqueio militar ou policial. Somados aos constantes comboios, que suspendem o tráfego, eles criam enormes congestionamentos.

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