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O presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse que ele e seu governo poderão sobreviver à guerra civil e que só a distante perspectiva de uma intervenção militar estrangeira direta poderia alterar isso. Enquanto o presidente sugere que seu detratores não conseguiram acabar com seu regime, os principais representantes da oposição se reuniram nesta quinta-feira (4) na Turquia para eleger uma nova liderança.

"Esse era o objetivo deles ao atingir nossa infraestrutura, atingir nossa economia e criar um completo caos na sociedade, para que nós nos tornássemos um Estado falido", afirmou Assad em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal estatal Thawra. "Até agora, não chegamos a esse estágio", completou.

Após constantes avanços dos rebeldes nos primeiros dois anos de guerra civil na Síria, as forças de Assad e da oposição entraram em um sangrento impasse que durou meses, até uma ofensiva do governo, em junho, que levou à captura de uma estratégica cidade fronteiriça. Agora, Assad parece estar dominando a situação.

"Eles usaram todos os meios materiais, emocionais e psicológicos disponíveis. A única opção que eles têm é uma intervenção estrangeira direta", prosseguiu. "Mas há hesitação e rejeição (à intervenção) por parte da maioria dos países, então se pudermos superar esse estágio com resolução e consciência não temos mais nada a temer".

Sarah Karkour, porta-voz da Coalizão Nacional Síria, disse que o líder interino George Sabra e outros importantes opositores como Louay Safi e Mustafá Sabbagh são os principais candidatos na lista para encabeçar o grupo que congrega a oposição a Assad.

Os rebeldes continuam fortes no norte da Síria, mas o regime vem pouco a pouco reforçando sua presença militar na região na esperança de reconquistar território. Intensos combates ainda ocorrem ao redor de várias cidades da Síria central e perto da capital, Damasco.

A contraofensiva de Assad levou os Estados Unidos a anunciar no mês passado que dariam apoio militar à oposição para tentar restaurar o equilíbrio de forças antes de uma eventual negociação de paz.

Estados Unidos e Rússia, principal aliada de Assad no cenário internacional, propõem realizar uma conferência de paz sobre a Síria, mas divergências sobre quem seriam os participantes fazem com que o impasse se mantenha.

Assad admitiu que o conflito causa sofrimento generalizado no país, mas disse que a Síria conseguiu resistir devido à perseverança de seus empresários e trabalhadores.

"O povo sírio permanece inquebrantável em todos os sentidos da palavra. Há uma explosão, e em questão de minutos após a limpeza a vida volta ao normal", disse Assad. "Eles vão trabalhar, embora esperem que foguetes terroristas, explosões terroristas e atentados suicidas aconteçam a qualquer momento".

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