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Manifestantes em frente da embaixada da Síria, na Jordânia, pedem a saída do presidente Bashar Assad, que tentou acalmar o levante popular anunciando o fim do estado de sítio que já dura meio século | Muhammad Hamed/Reuters
Manifestantes em frente da embaixada da Síria, na Jordânia, pedem a saída do presidente Bashar Assad, que tentou acalmar o levante popular anunciando o fim do estado de sítio que já dura meio século| Foto: Muhammad Hamed/Reuters

A Síria teve um fim de semana violento, pontuado por mortes e por protestos contra o presidente Bashar Assad. Pelo menos quatro pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas quando policiais sírios atacaram a multidão que acompanhava um funeral em Talbisseh, ontem, perto da cidade de Homs.

Testemunhas disseram que, no sepultamento, os policiais "abriram fogo contra milhares de pessoas". Além desse episódio, ocorreram confrontos entre a polícia e manifestantes em Banias, no subúrbio damasceno de Douma, e na cidade de Deraa, no sul do país.

As declarações vêm de fontes indiretas e não podem ser confirmadas porque a Síria restringiu a cobertura jornalística e expulsou a imprensa estrangeira.

Várias cidades sírias protestaram contra o presidente Assad apesar de o líder sírio ter prometido terminar com quase 50 anos de estado de sítio – situação que aumenta o poder do governo. O anúncio de Assad teria sido uma tentativa de acalmar o levante popular que ganha força no país.

Ativistas convocaram os protestos no domingo em todas as províncias da Síria, para comemorar o Dia da Independência e reafirmar o levante que já dura um mês, contra o regime autoritário de Assad. Nas últimas quatro semanas, mais de 200 pessoas morreram. As forças de segurança procuram reprimir os protestantes usando armas de fogo, gás lacrimogêneo e cassetetes.

Em Banias, pelo menos 20 mil pessoas saíram às ruas em protesto contra o governo. Os manifestantes pediam a libertação de jovens detidos pela polícia nos últimos dias.

A cidade de Deraa é considerada o epicentro do movimento contra Assad. Também houve manifestações em Sueida, sede de uma província habitada por drusos sírios, 130 quilômetros ao sul da capital, Damasco.

Tumba

Mazen Darwish, diretor do Centro Sírio para a Liberdade de Imprensa e Expressão, afirma que cinco manifestantes foram feridos por policiais em Sueida. Dignitários locais tentaram fazer um protesto na tumba de Sultan Paxá al-Atrash, um líder da região que chefiou uma revolta contra a França entre 1925 e 1927. Darwish disse que pelo menos três feridos foram hospitalizados, incluído Hani al-Atrash, neto de Sultan Paxá.

O principal grupo pela democracia na Síria, a Declaração de Damasco, pediu aos cidadãos que fizessem manifestações pacíficas por todo o país e no exterior, para que o movimento tenha continuidade. Os ativistas convocam os protestos pela internet.

Testemunhas disseram que havia dezenas de milhares de pessoas protestando em Deraa. Um dos gritos da multidão: "O povo quer derrubar o regime!". Em Sueida, estima-se que 300 pessoas tenham sido agredidas por policiais.

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