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O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, negou nesta sexta-feira (17) conhecer o ex-analista de inteligência do Exército norte-americano acusado de ter fornecido ao site mensagens secretas da diplomacia de Washington que podem levar Assange a ser indiciado por espionagem nos Estados Unidos.

Em entrevista ao programa 'Good Morning America', da emissora de TV ABC, o especialista em computação australiano disse que o sistema informatizado do WikiLeaks foi projetado para proteger o anonimato de fontes que passam para a organização documentos governamentais delicados, incluindo os telegramas diplomáticos dos EUA que vêm trazendo à tona avaliações francas e constrangedoras de líderes mundiais.

O especialista do Exército Bradley Manning, analista de inteligência de 23 anos, foi acusado este ano de obter o vídeo de um ataque de helicóptero de 2007 que matou uma dúzia de pessoas no Iraque, incluindo dois jornalistas da Reuters, e de ter obtido mais de 150 mil documentos do Departamento de Estado dos EUA.

Autoridades norte-americanas dizem que Manning vazou alguns dos telegramas que obteve, mas se negam a informar se são os mesmos telegramas divulgados pelo WikiLeaks.

O vídeo do ataque de helicóptero, gravado pela própria aeronave, foi divulgado pelo WikiLeaks em abril. Manning está detido na Base Naval de Quantico, na Virgínia.

Relatos da mídia norte-americana dizem que promotores dos EUA podem indiciar Assange por espionagem e buscar sua extradição para os EUA, se puderem demonstrar que ele ajudou Manning a colher os materiais classificados.

'Eu nunca tinha ouvido falar no nome Bradley Manning antes de ser divulgado pela imprensa', disse Assange à ABC, enquanto fazia uma ronda dos talk shows americanos transmitidos no horário do café da manhã.

'A tecnologia do WikiLeaks foi projetada desde o início para assegurar que nunca conheçamos os nomes ou as identidades de pessoas que nos repassam materiais. Em última análise, essa é a única maneira de garantir anonimato às fontes.'

Assange, de 39 anos, deixou um tribunal de Londres na quinta-feira, depois de ser libertado sob pagamento de fiança de 200 mil libras (312.500 dólares), após passar nove dias na maior prisão de Londres. A Suécia quer extraditá-lo para interrogá-lo sobre alegadas agressões sexuais a duas voluntárias do WikiLeaks.

Mas Assange disse a jornalistas pouco depois de ser libertado que está mais preocupado com a possibilidade de os Estados Unidos tentarem extraditá-lo do que com a possibilidade de ser enviado para a Suécia.

Assange e seus advogados manifestaram o receio de que promotores dos EUA estejam se preparando para indiciá-lo por espionagem em conexão com a divulgação dos documentos pelo WikiLeaks.

'Algo está muito errado na situação e algo está errado nos Estados Unidos pelo fato de tal investigação ser lançada em segredo contra mim, e, concretamente, contra minha organização, e agora vemos acusações sérias serem feitas ao New York Times também', disse Assange em entrevista separada ao programa 'Today', da NBC.

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