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O governo de Honduras perdoou Marco Antonio Bonilla, de 50 anos, condenado por homicídio. Chaparro, como é conhecido, salvou a vida de centenas de presos no incêndio que matou 360 pessoas na prisão de Comayagua na semana passada.

"Ele pôs sua vida em grande risco para tentar salvar a de outros na tragédia", afirmou o presidente hondurenho, Porfirio Lobo, durante uma reunião ministerial transmitida pela TV.

Enquanto os guardas da prisão corriam para se salvar, Bonilla - que conseguiu se libertar no início do incêndio - usou as chaves para abrir as celas superlotadas e também usou um banco forçar a fechadura. Segundo o jornal britânico The Guardian, há duas versões para a história. Alguns presos afirmam que ele pegou as chaves de um guarda que fugiu; outros contam que o preso arrancou as chaves de um agente em choque diante do fogo e dos gritos dos prisioneiros.

"Chaparro foi o único corajoso, o único com honra", disse o sobrevivente Rosendo Sanchez.

Faltavam quatro anos para Bonilla completar a sentença de 20. Ele foi condenado por matar um homem e ferir outros dois que haviam espancado seu pai. Na penitenciária, trabalhou como enfermeiro e podia cumprir a pena separado dos outros presos.

A prisão de Comayagua abrigava 850 presos, o dobro de sua capacidade. No incêndio, 359 homens e uma mulher - que visitava o marido no Dia dos Namorados - morreram.

O conjunto de trágicos eventos - a superlotação da cadeia, a incompetência dos guardas, a inabilidade dos bombeiros em apagar as chamas rapidamente e a falta de atenção com as famílias das vítimas - transformou Bonilla no único e inusitado candidato a herói para o país.

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