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Risco para a Terra

Astrônomos monitoram asteroide 2024 YR4 que pode atingir a América do Sul

Astrônomos monitoram asteroide 2024 YR4 que pode atingir a América do Sul
Imagem do asteroide 2024 YR4 registrada pelo Very Large Telescope (VLT) do ESO (Observatório Europeu do Sul) (Foto: Wikimedia Commons/ESO/O. Hainaut)

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Astrônomos estão monitorando de perto o asteroide 2024 YR4, que chegou a apresentar mais de 3% de chance de colidir com a Terra em 2032, segundo dados divulgados pela Nasa em fevereiro. O asteroide, que os cientistas estimam que tenha entre 40 e 90 metros de diâmetro — um tamanho comparável à altura da Estátua da Liberdade, chegou a ser classificado como o asteroide de maior risco já detectado, com possível rota de impacto sobre regiões densamente povoadas da América do Sul, do sul da Ásia e da África.

Se a colisão ocorresse, áreas como Bogotá, na Colômbia, Mumbai, na Índia e Daca, em Bangladesh, estariam na trajetória de risco definida pelos cientistas. Essa faixa se estende do Oceano Pacífico oriental até o sul da Ásia, passando pelo norte da América do Sul, Atlântico, África e Mar Arábico.

A preocupação com o 2024 YR4 começou após sua descoberta em dezembro do ano passado, por um telescópio financiado pela NASA em Rio Hurtado, no Chile. Segundo informações, o asteroide fez uma aproximação próxima da Terra durante o Natal, o que chamou a atenção da comunidade científica. Com base nos dados iniciais, a Nasa estimou uma chance de 3,1% de impacto com a terra — uma porcentagem considerada alta nesse tipo de cálculo. A Agência Espacial Europeia (ESA) chegou a estimar o risco em 2,8%. Os cientistas começaram a indicar que, com base nessa porcentagem, o asteroide 2024 YR4 poderia atingir a Terra até 2032.

Contudo, neste mês, após novas análises e observações, a Nasa atualizou sua avaliação e descartou a possibilidade de colisão com a Terra em 2032. A decisão foi tomada após a agência americana refinar o entendimento da órbita do asteroide, o que rebaixou as chances de impacto com a terra para 0,001%. Apesar disso, o risco não está totalmente eliminado. Segundo Martin Connors, professor de Astronomia, Matemática e Física da Universidade de Athabasca, no Canadá, o risco de impacto do asteroide com a Lua ainda não foi totalmente eliminado. Além disso, mesmo que a ameaça imediata tenha sido descartada para a Terra, a Nasa informou que o asteroide voltará a se aproximar do nosso planeta novamente em 2052. Quando isso ocorrer, o objeto será afetado pela gravidade da Terra, o que pode alterar sua trajetória. Essa incerteza obriga os astrônomos a continuarem os estudos e simulações de longo prazo.

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