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Bagdá (AE/AP/AFP/Folhapress) – Pelo menos 85 pessoas morreram e 110 ficaram feridas ontem na explosão quase simultânea de três carros-bomba em Balad, cidade de população predominantemente xiita ao norte de Bagdá. A cifra foi divulgada pelo chefe de polícia local, tenente-coronel Adel Abdalá. Em declaração anterior, o Ministério do Interior do Iraque havia informado que o atentado triplo tinha deixado 37 mortos e 50 feridos. Imediatamente, um toque de recolher foi declarado na cidade.

Este ataque, um dos mais mortíferos contra os xiitas no Iraque desde a queda do regime de Saddam Hussein na primavera de 2003, está sendo interpretado como parte da "guerra total" contra esta comunidade, decretada no dia 14 de setembro pela rede Al Qaeda no Iraque.

O presidente americano, George W. Bush, prevê a intensificação da violência no Iraque no período que antecede o referendo sobre a nova Constituição do país, marcado para o dia 15 de outubro. Apesar do aviso, ele afirmou que os soldados dos EUA "estão prontos", e que os insurgentes "não vão conseguir" impedir a realização do pleito.

Os carros-bomba explodiram em intervalos de aproximadamente dez minutos. Os dois primeiros, um automóvel de passeio e uma caminhonete, a poucos metros de distância, na frente da delegacia de polícia na região central da cidade. O terceiro ataque, com um pequeno caminhão-pipa, ocorreu no distrito comercial de Bab al-Sur, também no centro da cidade. Testemunhas disseram que as explosões afetaram um banco, um mercado de legumes e outra loja na cidade.

"Quase todos os mortos eram civis. Os corpos estão transfigurados ou carbonizados", assegurou o diretor do Hospital-Geral de Balad, Qasem Abud, para onde foi levada grande parte das vítimas.

Na quarta-feira à noite, cinco marines americanos foram mortos em Ramadi, a oeste de Bagdá, na explosão de uma bomba colocada à beira de uma rodovia por onde passava um comboio militar. Com isso, chega a 1.936 o número de militares americanos mortos no Iraque desde a invasão do país em março de 2003.

Em Al-Khalis, 80 quilômetros ao norte de Bagdá, pelo menos nove pessoas, incluindo quatro policiais, foram mortas em dois ataques a tiros. Homens armados mataram, também ontem, quatro iraquianos: dois funcionários de um estádio de Bagdá e outros dois de uma padaria da capital, segundo uma fonte do Ministério do Interior.

Desaparecidos

Fontes da Igreja Anglicana anunciaram ontem o desaparecimento de cinco de seus líderes leigos que viajavam da Jordânia para Bagdá. Responsáveis pela igreja em Nicósia, no Chipre, afirmaram que os membros do grupos estão "presumivelmente mortos".

A ONU anunciou ontem a criação de um centro no Iraque para tentar elucidar o destino de "centenas de milhares" de desaparecidos, principalmente sob o regime de Saddam Hussein.

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