• Carregando...

Os grupos envolvidos nos confrontos de rua no Egito precisam mostrar comedimento, mas o governo deve ouvir os desejos do povo disse hoje o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon. "Estou profundamente preocupado com a contínua violência no Egito. Qualquer ataque contra manifestantes que protestam pacificamente é inaceitável, e eu condeno fortemente essas ações", afirmou.

Ban destacou que a ONU tem apontado a necessidade de mudanças no mundo árabe nas últimas décadas e deseja sem demora uma transição ordenada e pacífica que envolva o diálogo entre todos os envolvidos. Ele também disse que a entidade está pronta para fornecer assistência aos esforços de reforma no Egito e advertiu sobre o perigo da instabilidade no Oriente Médio.

Agressão

Jornalistas que cobrem os confrontos no Cairo foram agredidos hoje em meio aos protestos no centro da capital do Egito. Entre os repórteres agredidos estavam Anderson Cooper, da CNN, e dois correspondentes da Associated Press. Cooper disse que ele e sua equipe foram atacados por partidários do presidente Hosni Mubarak. Posteriormente, a CNN informou que ninguém ficou ferido com gravidade.

Dois correspondentes da Associated Press e vários outros jornalistas foram agredidos durante os protestos de partidários de Mubarak. Jornais europeus informaram que um jornalista belga também foi agredido, detido e acusado de espionagem por pessoas não identificadas em trajes civis.

Na noite de ontem, a televisão estatal do Egito divulgou uma matéria afirmando que estrangeiros foram pegos distribuindo folhetos contra Mubarak, aparentemente tentando retratar o movimento contra o presidente como motivado por elementos do exterior.

O governo dos Estados Unidos expressou preocupação com os ataques a jornalistas acompanhando os protestos, notando que a liberdade de imprensa é necessária para se construir uma sociedade civil. Um porta-voz do Departamento do Estado tratou do tema, no site Twitter. "A sociedade civil que o Egito quer construir inclui uma imprensa livre", disse hoje o funcionário.

A mídia israelense afirmou que três jornalistas israelenses - dois membros de uma equipe de TV e um escritor trabalhando para um site árabe-israelense - foram detidos por violar o toque de recolher imposto pelo governo egípcio. A Al-Jazira afirmou que a polícia prendeu seis de seus jornalistas na segunda-feira por várias horas e tomou a câmera do grupo.

Exército

Soldados egípcios dispararam tiros de advertência durante a principal manifestação no centro do Cairo contra o presidente Hosni Mubarak, numa tentativa de encerrar os confrontos entre opositores e partidários do governo, informou a agência France Presse. "O Exército e o povo estão de mãos dadas", gritavam os opositores. Dezenas de pessoas ficaram feridas em confrontos entre partidários e opositores do governo na praça Tahrir, no centro do Cairo.

O Exército posicionou seus tanques e tropas ao redor da praça, mas acredita-se que esta seja a primeira vez que fez disparos desde que foi enviado para a capital na sexta-feira, quando a polícia desapareceu das ruas do Cairo. Alguns partidários de Mubarak posicionados em telhados de prédios jogaram blocos de concreto na direção de manifestantes da oposição, nas proximidades da Praça Tahrir, segundo um correspondente da France Presse. A Casa Branca condenou a violência. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]