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Sistema de Defesa Aérea de Israel intercepta foguetes lançados de Gaza
Sistema de Defesa Aérea de Israel intercepta foguetes lançados de Gaza| Foto: Reprodução/Twitter

O mais recente confronto entre Israel e grupos terroristas da Faixa de Gaza já matou ao menos 28 palestinos – inclusive 10 crianças –, dois israelenses e feriu dezenas de pessoas.

Os ataques do Hamas e da Jihad Islâmica começaram às 18h da segunda-feira (12h no horário de Brasília) e continuam nesta terça-feira. Segundo as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), mais de 400 foguetes foram lançados da Faixa de Gaza contra o território israelense em 24 horas.

Os primeiros ataques foram contra Jerusalém e na noite desta terça-feira, com a intensificação do conflito, o Hamas lançou 130 foguetes contra Tel Aviv, importante centro econômico e segunda maior cidade do país. Sirenes de alerta soaram pela cidade por volta das 21h (local). Alguns desses foguetes caíram em Holon, ao sul de Tel Aviv, ferindo ao menos três pessoas, inclusive uma menina de cinco anos, segundo o jornal Times of Israel.

Horas antes, o Hamas havia disparado 137 foguetes de artilharia contra as cidades de Asdode e Ascalão, no distrito sul de Israel, em apenas cinco minutos. De acordo com o jornal Jerusalem Post, 36 israelenses ficaram feridos e duas mulheres morreram em Ascalão, depois que casas foram atingidas. Moradores de Ascalão foram orientados a ficar em abrigo.

De acordo com as IDF, um foguete atingiu esse présdio residencial em Ascalão, ferindo seis pessoas.
De acordo com as IDF, um foguete atingiu esse présdio residencial em Ascalão, ferindo seis pessoas.| Reprodução/Twitter/@IDF

A Defesa de Israel afirma que 90% dos foguetes lançados foram interceptados pelo Iron Dome, o sistema de defesa antiaérea do país. Também segundo as IDF, um em cada três foguetes lançados contra a nação judaica acabam falhando e caindo dentro da Faixa de Gaza.

Operação Guardião das Muralhas

Em retaliação, Israel conduziu cerca de 300 ataques aéreos contra "alvos operativos" do Hamas e da Jihad Islâmica, incluindo dois túneis, uma unidade de inteligência do Hamas e locais de manufatura e armazenamento de armas. "As IDF continuarão operando contra todas as atividades terroristas", tuitou a Defesa de Israel no fim da manhã desta terça.

Um prédio de 13 andares desabou em Gaza após ser atingido por um ataque aéreo de Israel. Não há relato de vítimas entre os residentes, que deixaram o local antes que ele fosse atingido, segundo a imprensa local. O edifício abrigava um escritório usado pela liderança política do Hamas.

A presença de militares israelenses na fronteira de Gaza foi fortalecida. O ministro da Defesa, Benny Gantz, aprovou a convocação de cinco mil reservistas nesta terça-feira.

"As IDF continuarão a agir resolutamente para restaurar a segurança aos residentes do sul, e todos os comandos devem se preparar para a expansão da campanha, sem período de tempo determinado”, disseram em um comunicado.

As autoridades israelenses afirmam que dos 24 mortos do lado palestino, 15 eram membros do Hamas que estavam lançando foguetes ou mísseis antitanque guiados contra Israel. De acordo com o Times of Israel, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel, Hidai Zilberman, afirmou que vários dos mortos em Gaza, incluindo pelo menos três crianças, foram atingidos por foguetes disparados por terroristas palestinos, não por ataques aéreos israelenses.

"A triste realidade é que o Hamas e a Jihad Islâmica propositalmente estão inseridos entre a população civil [palestina]. Eles estão usando seus civis, palestinos, suas casas, suas escolas, suas mesquitas, seus hospitais e tudo o que eles, os terroristas, têm à disposição em Gaza para usar a população civil palestina como escudos humanos e tornando impossível para nós atacarmos apenas aqueles envolvidos em atividades militares", disse o tenente-coronel das Forças de Defesa de Israel Jonathan Conricus nesta terça-feira.

As IDF emitiram um comunicado em árabe pedindo que os civis palestinos se mantenham afastados de qualquer instalação que contenha armas do Hamas.

Netanyahu aposta na escalada

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o governo decidiu "intensificar ainda mais" o ritmo e a severidade dos ataque israelenses contra os terroristas da Faixa de Gaza.

"O Hamas receberá aqui golpes que não esperava", disse Netanyahu à população. "Sei que isso também requer paciência e um certo sacrifício de sua parte ... Infelizmente, dois de nosso povo foram mortos. Peço a todos que ouçam as instruções e sigam estritamente as diretrizes do Comando da Frente Interna das IDF. Isso salva vidas".

Um canal de TV israelense informou que o Hamas tentou, por meio de intermediários árabes, acordar um cessar-fogo com Israel, mas que as autoridades do país teriam negado a oferta.

No fim da tarde, o Hamas ameaçou lançar foguetes contra Tel Aviv se os ataques de Israel continuarem.

O que está por trás do atual conflito

O mais recente conflito é movido por diferentes fatores. Primeiro, a decisão de expulsar duas famílias palestinas do bairro de Sheikh Jarrah, na parte oriental de Jerusalém, para devolver as casas para judeus que eram proprietários dos terrenos antes da Guerra Árabe-Israelense, de 1948. No início do ano, um tribunal deu ganho de causa aos colonos judeus. No domingo, a Suprema Corte, que deveria decidir a questão, adiou o julgamento, que deve ser remarcado em 30 dias.

Israel diz que a situação na região é uma disputa imobiliária privada, que os palestinos aproveitaram para incitar a violência. Grupos de colonos dizem que Sheikh Jarrah era propriedade de judeus antes da guerra de 1948, em torno da criação de Israel. A lei israelense permite que os judeus recuperem essas terras, mas impede que os palestinos retomem propriedades que perderam na mesma batalha, mesmo que ainda residam em áreas controladas por Israel.

A maior parte dos 350 mil residentes palestinos de Jerusalém Oriental estão em bairros superlotados, onde há pouco espaço para construir. Eles dizem que o custo e a dificuldade de obter licenças os força a construir ilegalmente ou se mudar para a Cisjordânia ocupada, onde correm o risco de perder sua residência em Jerusalém. Israelenses estimam que, das 40 mil casas em bairros palestinos, metade foi construída sem autorização.

A proximidade do julgamento do caso provocou protestos de grupos árabes e desde sexta-feira, centenas de pessoas ficaram feridas em confrontos entre grupos de palestinos e policiais israelenses em Jerusalém, nos arredores da Esplanada das Mesquitas, local sagrado para os muçulmanos.

Outro ponto de tensão é a celebração do Dia de Jerusalém, aniversário da reunificação de Jerusalém, sob domínio de Israel, após a Guerra dos Seis Dias, em 1967 – uma anexação que a maioria dos países do mundo não reconhece.

O clima de tensão foi potencializado também pelo mês sagrado dos muçulmanos, o Ramadã, que começou em 12 de abril e termina hoje – um período normalmente marcado por protestos. Durante a manhã de ontem, mais de 300 pessoas ficaram feridas quando a polícia israelense invadiu a Esplanada das Mesquitas. Nove policiais foram feridos, segundo Israel.

Na tarde de segunda-feira, o Hamas havia ameaçado publicamente atacar a nação judaica se as forças de segurança israelenses não desocupassem a Esplanada das Mesquitas (Monte do Templo) e o bairro de Sheikh Jarrah até às 18h local (meio-dia no horário de Brasília).

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