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Comunidade pobre de José Félix Ribas, em Caracas | CGR/DN/Carlos Garcia Rawlins
Comunidade pobre de José Félix Ribas, em Caracas| Foto: CGR/DN/Carlos Garcia Rawlins

O Informe Anual de Provea — uma Organização Não-Governamental —, referente ao ano de 2014, foi apresentado na última terça-feira, e mostrou que durante o governo Maduro foram perdidas conquistas da época de Hugo Chávez e que, além disso, houve um aumento da exclusão social.

“Todos os indicadores socioeconômicos que contribuíram para o crescimento da pobreza em 2013 pioraram. E em 2014 a situação se agravou com inflação, diminuição de produtos, desemprego, deterioração de serviços públicos de saúde, entre outas questões. Se a tendência se mantiver, no final deste ano, teremos na Venezuela a mesma quantidade de pobres que existiam em 2000, quando se contabilizaram mais de 10 milhões de pessoas nesta situação”, sinaliza o documento.

Em 1993, quando era líder sindical, Nicolás Maduro recebeu o apoio da Provea pela violação de seus direitos humanos.

“Ele se sentou no mesmo local onde estavam todas as vítimas que temos atendido nestes 25 anos. Agora nos chama de bandidos e, o que é ainda pior, faz o povo passar pelo maior retrocesso em direitos sociais das últimas décadas”, disse o coordenador-geral da instituição, Rafael Uzcátegui.

Provea se fundamenta no estudo da Comissão Econômica para América Latina, segundo o qual um dos fatores que ajudou a piorar as condições de vida da população, principalmente a mais pobre, foi a queda de renda devido a baixos salários, que não cobrem a cesta básica.

“A perda da capacidade de compra das famílias, devido às constantes desvalorizações e aos altos índices de inflação, contribuiu para o crescimento de 35% da pobreza em todo o país”, mostra o relatório.

Segundo o coordenador do levantamento realizado pela ONG, Inti Rodríguez, a estratégia do governo para mascarar a ineficiência de Maduro é apresentar estatísticas comparadas com as de 16 anos atrás. Ele disse ainda que existe hoje uma privatização da saúde venezuelana, porque a demanda de serviços privados aumentou 50%, enquanto o número de denúncias registradas sobre deficiências da rede pública de saúde passou de 1.976 em 2013 para 2.665 em 2014, o que representa um aumento de 35%.

Sobre a falta de medicamentos, o estudo mostra um aumento de 15% em 2011 para 60% em 2015, em Caracas, e 70% no resto do país. Quando o assunto é falta de alimentos, o relatório aponta que, de acordo com os últimos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatísticas, em novembro de 2014, aumentou em 6.382.62 bolívares enquanto o salário mínimo, em 4.889,10. Entre 2008 e dezembro de 2014, a inflação já acumula 727,74% só na cesta básica. Em 12 anos, a inflação geral é de 1.706,51% e a de alimentos aumentou para 3.911,74%.

Os únicos índices que foram positivos no estudo são: aumento de 6,8% de crianças matriculadas na escola primária, a manutenção do seguro-desemprego e aumento do salário mínimo nacional, além da aprovação de uma lei de proteção às pessoas portadoras de HIV.

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