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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Atentados a bomba contra o comboio que levava a ex-primeira-ministra do Paquistão Benazir Bhuto, em seu retorno a Karachi, deixou pelo menos 123 mortos, segundo as agências de notícias.

Bhuto, que retornou ao país nesta quinta-feira (18) depois de anos de exílio, escapou ilesa do ataque. Segundo o embaixador do Paquistão nos Estados Unidos, Mahmud ali Durrani, Benazir Bhuto já foi levada para casa, onde está a salvo e mantida em segurança.

Duas bombas explodiram próximas ao caminhão em que a ex-premiê estava. Quase 250 pessoas ficaram feridas. Segundo informações das agências de notícias, é possível que o número de mortos ainda cresça bastante.

Segundo um fotógrafo da Associated Press, que estava no local, era possível ver dezenas de pessoas feridas e mutiladas, bem como vários mortos.

Uma pequena explosão foi seguida de outra bem maior, que atingiu o primeiro caminhão do comboio. O impacto chegou a destruir o vidro do carro em que Bhuto estava.

Retorno

Protegida por uma anistia, Bhutto retornou à sua cidade natal, Karachi, onde centenas de milhares de pessoas a esperavam para dar as boas-vindas. Ela volta ao Paquistão graças ao apoio do Ocidente, pois foi a mediação dos Estados Unidos e do Reino Unido que possibilitou o acordo de repartição de poderes alcançado há 13 dias com o presidente paquistanês, Pervez Musharraf.

Bhutto defendeu o pacto com o presidente, que repudiou durante todos estes anos, e disse que é necessário para que o Paquistão faça uma "transição para a democracia", em um momento no qual sofre a ameaça do extremismo islamita.

Milagre

"Minha volta é um milagre", declarou Bhutto no aeroporto de Dubai (Emirados Árabes Unidos) antes de voar para Karachi, cidade que desde a madrugada preparava o retorno da líder do Partido Popular do Paquistão (PPP), a principal força de oposição do país.

"Minha viagem é a viagem dos 160 milhões de habitantes do Paquistão", disse a ex-chefe de Governo, acrescentando que seu país se encontra em uma "encruzilhada" entre a ditadura e a democracia.

"Sou a líder dos pobres, e viverei e morrerei com eles", assegurou a líder do PPP.

Anistia

A anistia concedida por Musharraf permite que Bhutto deixe para trás uma longa série de acusações por corrupção durante seus dois mandatos como primeira-ministra (1988-90 e 1993-96).

Bhutto assegurou que o acordo alcançado com o presidente Musharraf pretende "garantir a transição para a democracia" e "mobilizar as forças moderadas da sociedade paquistanesa para enfrentar e conter os fanáticos e extremistas que estão tentando se apoderar" do país.

"Não me deixarei intimidar", disse ela, em relação às ameaças de atentados feitas por radicais islamitas.

Bhutto se mostrou confiante de que seu pacto com Musharraf dará condições para a existência de outras "medidas de reconciliação" que levarão o país a uma democracia verdadeira.

Alegre e angustiada

Bhutto se mostrou "alegre e angustiada" por sua volta e disse que sua agenda política terá como prioridade "as pessoas pobres" do país.

A ex-governante fez estas declarações aos jornalistas dentro do avião no qual viajou de Dubai à cidade paquistanesa de Karachi, onde aterrissou às 13h45 (6h45 de Brasília).

Junto com Bhutto, viajaram no avião vários parentes - mas não seu marido e filhos -, amigos, jornalistas e membros do Partido do Povo do Paquistão (PPP), que aplaudiram quando o aparelho pousou. Na pista, havia vários jornalistas, que tiveram que aguardar quase uma hora após a aterrissagem até que a ex-primeira-ministra, emocionada, apareceu na porta do avião.

Após vários minutos de saudações na escada do aparelho, Bhutto desceu sorridente e um pouco aturdida, e cercada por vários jornalistas, foi para um veículo que a esperava.

Em frente ao aeroporto internacional de Karachi, cerca de 10 quilômetros do centro da cidade, havia longas filas de carros, ônibus e caminhões com simpatizantes da ex-primeira-ministra paquistanesa e militantes do PPP.

Bhutto quer que seu partido ganhe as eleições gerais previstas para o início de 2008

Diante de sua chegada, o governo estreitou fortemente a segurança no aeroporto de Karachi, no qual foram mobilizados 2.500 paramilitares, enquanto outros vários milhares receberam a ordem de patrulhar a rota da ex-primeira-ministra.

O governo da região de Sindh, cuja capital é Karachi, declarou o dia de hoje como feriado, o que facilitou o fechamento das ruas e o estabelecimento de controles para garantir a segurança.

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