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Explosão de carro-bomba deixou uma cratera na rua onde ficam a direção geral de polícia e o Museu de Arte Islâmica na região central da capital egípcia | Khaled Elfiqi / EFE
Explosão de carro-bomba deixou uma cratera na rua onde ficam a direção geral de polícia e o Museu de Arte Islâmica na região central da capital egípcia| Foto: Khaled Elfiqi / EFE

Terror

Irmandade Muçulmana é responsabilizada pelo governo egípcio como grupo autor dos ataques, mas nega. Uma nova Constituição aprovada no país define a organização como terrorista e a impede de participar de eleições.

20 pessoas morreram durante os conflitos de ontem no Egito. Os atentados com bomba mataram 6 e os outros 14 foram vítimas dos confrontos entre a polícia e suspeitos de integrarem o grupo autor dos ataques.

3 anos atrás, na data de hoje, tinham início as manifestações da Primavera Árabe no Egito, concentradas principalmente na Praça Tahrir, que levariam à queda do ditador Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro.

Unesco ofereceu toda sua estrutura para restaurar o Museu de Arte Islâmica. A diretora-geral da instituição, Irina Bokova, condenou firmemente os danos causados ao local "que abriga milhares de objetos valiosos". Ela elogiou as autoridades egípcias e seus cidadão pela rápida ação na tentativa de resgatar obras danificadas.

  • Forças de segurança e rebeldes se enfrentam no Cairo
  • Museu de Arte Islâmica teve estrutura prejudicada por ataque

Uma onda de atentados com bombas abalou o Cairo ontem e causou a morte de seis pessoas na véspera do terceiro aniversário do levante que derrubou o autocrata Hosni Mubarak. Os acontecimentos aumentaram o medo de que uma insurgência islamita esteja ganhando força no país.

No atentado mais grave, um carro-bomba explodiu em um complexo do setor de segurança na região central do Cairo na madrugada de ontem e matou pelo menos quatro pessoas, incluindo três policiais. A explosão também causou danos ao Museu de Arte Islâmica.

O atentado teria sido obra de um homem-bomba, mas imagens divulgadas por um canal de tevê egípcio mostram um homem saindo de uma van e indo para outro veículo. Minutos depois a van explode.

Um outro atentado, no bairro de Dokki, matou uma pessoa. Uma explosão perto de um cinema na estrada para a Pirâmide de Gizé, na periferia do Cairo, também provocou uma morte.

Confrontos na capital e várias outras cidades entre partidários e forças de segurança, nos quais morreram 11 pessoas, também elevaram a tensão no Egito, maior país do mundo árabe.

Nenhum grupo reivindicou a autoria do atentado na Direção de Segurança do Cairo ou dos outros ataques, mas eles têm todas as marcas de terem sido realizados por militantes que pretendem derrubar o governo apoiado pelos militares.

Terrorismo

O primeiro-ministro Ha­­zem el-Beblawi condenou os ataques, em um comunicado e disse que foram uma tentativa de "forças terroristas" de prejudicar o plano político do governo de reconduzir o país a eleições livres e justas com o apoio dos militares.

No fim do dia, um helicóptero militar sobrevoou várias vezes o centro do Cairo, o que aumentou a preocupação de que um novo ataque pudesse acontecer a qualquer momento.

As autoridades egípcias estão se preparando para mais violência hoje, durante o aniversário da derrubada de Mubarak, quando gru­­pos políticos rivais podem sair às ruas. Devem se envolver partidários do chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sisi, que depôs o presidente Mohamed Mursi, político islamita em julho, e também membros da Irmandade Muçulmana e liberais.

Estados Unidos condenam atos de violência

O governo dos Estados Unidos condenou os atentados ocorridos ontem no Cairo e pediu às autoridades que investiguem os crimes e julguem os responsáveis.

"Condenamos categoricamente os atentados terroristas ocorridos no Egito. Esses crimes deveriam ser investigados de forma íntegra e os responsáveis devem ser levados a Justiça", disse em comunicado Marie Harf, porta-voz do Departamento de Estado americano.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, condenou os ataques, pediu uma "investigação completa" e solicitou "a todas as partes" implicadas em enfrentamentos no país que evitem a violência. "As contínuas detenções e a violência danificam a estabilidade e o progresso do Egito", afirmou Carney.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, também condenou os atentados: "A violência não levará o Egito mais perto do caminho da democracia que muita gente reivindica". Ela ressaltou que "o governo do Egito e seu povo estão vivendo uma transição política e um momento complicado de insegurança. A violência dirigida a minar esta transição não tem lugar".

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