• Carregando...

Centenas de milhares de pessoas se reuniram em Istambul neste sábado (15) para uma manifestação em apoio ao primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan, enquanto a polícia atirava gás lacrimogêneo contra manifestantes antigoverno no centro da cidade, tentando evitar que eles se reagrupassem.

Erdogan voltou a desafiar seus críticos, dizendo ser seu "dever" expulsar os ativistas que ocupavam o parque Gezi. Segundo ele, os protestos, que já duram duas semanas, vêm sendo manipulados por "terroristas".

Em repúdio ao que consideram uso excessivo de força pela polícia, dois dos principais sindicatos da Turquia convocaram uma greve geral para hoje.

Os protestos começaram como uma ação contra a proposta de demolir parte do parque Gezi para construir um shopping no formato de um quartel otomano.

A proposta, contudo, foi se transformando em manifestação contra o governo de Erdogan, considerado cada vez mais autoritário.

O premiê havia proposto aos ativistas a realização de um plebiscito e a suspensão da demolição até que um processo contra o projeto fosse concluído.

Mas os manifestantes rejeitaram a proposta, dizendo que a ocupação seguiria.Ontem, as tropas de choque da polícia invadiram o parque Gezi para expulsar centenas de ativistas que haviam rejeitado a oferta de negociação do premiê Erdogan. Muitos foram presos na ação.

O Solidariedade Taksim, que representa os ativistas, havia convocado os manifestantes a se reunirem pacificamente na praça Taksim ontem. Mas o prefeito de Istambul, Huseyin Avni Mutlu, vetou. "Qualquer convocação para as pessoas se reunirem em Taksim não vai contribuir para a paz e a segurança", disse Mutlu.

Ontem, a polícia jogava gás lacrimogêneo nas redondezas da praça Taksim, para evitar que os manifestantes expulsos do parque Gezi se reagrupassem. Segundo autoridades, 150 pessoas ficaram feridas nos confrontos nos últimos dois dias.

Erdogan afirmou que os protestos são uma conspiração contra ele e os êxitos do seu governo. "As câmeras registraram tudo. Nós vamos investigar todos. Investigaremos mensagens nas redes sociais. O que faziam aqueles estrangeiros entre os manifestantes de Taksim?"

Em Ancara, a polícia também dispersou centenas de pessoas que tentavam se reunir na praça Kizilay. Os protestos já deixaram cinco mortos e 5.000 feridos, e estão abalando a imagem do governo Erdogan.

A Turquia era vista como um oásis em meio à instabilidade do Oriente Médio. "É uma tentativa da minoria para dominar a maioria. Nós não podemos e não vamos permitir isso", disse Erdogan.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]