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Viena (AFP) – O executivo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), onde ocidentais, russos e chineses finalmente chegaram a um acordo, adiou para a manhã de hoje a decisão de enviar o dossiê nuclear iraniano ao Conselho de Segurança da ONU, para realizar consultas de última hora e, assim, obter uma maioria mais ampla. Teerã continuava determinada, ontem, a iniciar o enriquecimento industrial de urânio, a limitar sua cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e até a desistir do projeto russo, como represália à decisão da AIEA. Os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos, França, Reino Unido, China, Rússia) elaboraram com a Alemanha um texto pedindo ao executivo da AIEA para "enviar um relatório" à mais alta instância das Nações Unidas "com as medidas exigidas do Irã" e "com todos os relatórios e resoluções" já adotados pela AIEA sobre o assunto.

Os países não-alinhados pediram uma declaração sobre o objetivo de desnuclearizar o Oriente Médio, mas os Estados Unidos se opuseram a esta proposta, informaram fontes diplomáticas. "Os norte-americanos acreditam que este objetivo já está presente (no Conselho de Segurança) e que uma menção poderia levar os iranianos a se protegerem atrás dela", segundo uma fonte. Israel é a única potência nuclar da região e o Egito pede regularmente uma desnuclearização regional.

Os ministros das Relações Exteriores da União Européia lembraram, no dia 30 de janeiro, em Bruxelas, seu "apoio ao estabelecimento de uma área sem armas de destruição em massa no Oriente Médio". Na noite de ontem, os relatores da resolução pareciam prontos para revisar o texto, mas não para renunciar ao parágrafo dois, considerado essencial e que menciona o "envio do relatório" ao Conselho de Segurança, em vez de apenas "informar", como queria Moscou.

Os não-alinhados, que também têm potencial nuclear, querem que seja sublinhado o caráter específico da República Islâmica, que havia "voluntariamente" suspenso toda a atividade ligada ao enriquecimento e aceitado as inspeções da AIEA. Os não-alinhados são sensíveis aos argumentos iranianos sobre seu direito de ter combustível nuclear pacífico e de enriquecê-lo. A adoção da resolução por votação não deixa dúvidas. Venezuela e Cuba vão votar contra, assim como a Síria. Segundo o embaixador norte-americano, Gregory Schulte, os ocidentais "têm uma sólida maioria, crescente". Preocupados em conseguir o apoio dos russos e chineses, os ocidentais garantiram que nenhuma decisão será tomada em Nova Iorque até março, as sanções não estão na ordem do dia e a prioridade continua a ser "uma solução diplomática". A Rússia confirmou sua adesão à resolução. A China, por sua vez, anunciou que não deverá apoiar a imposição de sanções econômicas ao Irã se não houver "provas claras" de que o país do Oriente Médio pretende produzir armas nucleares.

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