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Violência

Aumenta a pressão por maior controle de armas nos EUA

Líderes democratas defendem leis mais rígidas para o comércio de armamentos de alto poder de fogo

Protesto em Washington contra o lobby da Associação Nacional do Rifle, que defende liberdade sem limites no comércio, porte e uso de armas | Jim Lo Scalzo/EFE
Protesto em Washington contra o lobby da Associação Nacional do Rifle, que defende liberdade sem limites no comércio, porte e uso de armas (Foto: Jim Lo Scalzo/EFE)

A tragédia na escola Sandy Hook, na pequena cidade de Newtown, em Connecticut (EUA), na última sexta-feira, quando um jovem matou 20 crianças e seis adultos, provocou uma grande pressão dos americanos defensores do controle de armas no país.

Líderes democratas afirmaram ontem que ações devem incluir a proibição do porte de armas militares e uma reavaliação da forma com que o país lida com indivíduos que sofrem de sérios problemas mentais.

O controle de armas foi um assunto amplamente discutido no início da década de 1990, quando o Congresso promulgou a proibição por 10 anos do porte de armas. Mas desde o término da proibição, em 2004, poucos norte-americanos manifestaram o desejo que o país tenha leis mais rígidas sobre o assunto.

"Acredito que estamos chegando em um limite, no qual conseguiremos fazer alguma coisa sobre essa situação", disse o senador Chuck Schumer.

Em discurso na noite de domingo no local do massacre em Newtown, Connecticut, o presidente Barack Obama não falou especificamente sobre o controle do porte de armas, mas prometeu agir para evitar que isso aconteça novamente.

Schumer e outros democratas querem a proibição das vendas de novas armas de fogo, além de tornar mais difícil o acesso de pessoas com deficiência mental a elas. A senadora Dianne Feinstein afirmou que vai introduzir uma lei que proíbe a venda de armas com mais de 10 balas. "Isso pode ser feito", disse.

Mesmo defensores das marmas demonstraram estar sensibilizados. O senador Joe Manchin III, da Virgínia Ocidental, democrata e forte defensor do direito de usar armas, disse que chegou a hora de "se mover além da retórica".

Cidade se despede de vítimas

Folhapress

De luto, moradores de Newtown, em Connecticut (EUA), enfrentaram ontem o frio e uma fina chuva para acompanhar as primeiras cerimônias de enterro das vítimas do massacre à escola primária de Sandy Hook.

No primeiro dia útil após o massacre de 26 pessoas na escola – entre elas, 20 crianças –, o pequeno vilarejo onde ocorreu a tragédia ainda estava mobilizado para confortar as famílias das vítimas.

Uma delas se dividia entre os sentimentos de tristeza e alívio. A família Pozner perdeu Noah, um garotinho que tinha acabado de completar seis anos – o mais novo entre as vítimas –, mas viu ser salva Arielle, sua irmã gêmea.

Inseparáveis em casa, os dois estudavam em salas diferentes – decisão tomada pelos pais que acabou poupando a vida da filha. O atirador nem chegou a entrar na sala onde estudava Arielle.

O pequeno Jack Pinto, 6 anos, também esteve entre as vítimas enterradas ontem. Fã de futebol americano, o menino tinha o jogador do New York Giants Victor Cruz como ídolo. E foi dele quem recebeu a principal homenagem.

Cruz escreveu com uma caneta "Jack Pinto, meu herói" e "R.I.P. Jack Pinto (descanse em paz, Jack Pinto)" em suas chuteiras e luvas e dedicou o jogo de domingo ao garoto.

Último desejo

Na sexta-feira, a mãe de Charlotte Bacon, 6 anos, outra vítima do atirador Adam Lanza, realizou o desejo da filha sem saber que era o último. Após muita insistência, a garotinha ruiva conseguiu vestir o vestido rosa e as botas brancas compradas pela mãe, Joann, e que estavam sendo guardados para comemorar o Natal.

"Ela tinha uma grande personalidade. Ela poderia manter uma conversa com qualquer adulto", disse John Hagen, tio de Charlotte ao jornal local Hartford Courant.

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