
Madri - Os anúncios dos Estados Unidos e da China de metas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa aumenta a possibilidade de êxito da conferência de Copenhague sobre o clima, a ser realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro. O otimismo parte de organizações como o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre as Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) e as Nações Unidas.
"Tenho uma confiança razoável de que Copenhague será um sucesso. Espero um compromisso que dará início ao processo para um acordo sólido no México, onde haverá uma nova cúpula sobre o clima em 2010", declarou Rajendra Pachauri, presidente do IPPC, em Madri.
Caso fracasse a conferência dinamarquesa, a cúpula mexicana terá a função de elaborar o tratado global destinado a substituir o Protocolo de Kyoto, cujas metas expiram em 2012.
"O anúncio dos Estados Unidos de reduzir em 17% as emissões de CO2 até 2020 em relação aos níveis de 2005, depois em 30% até 2025 e em 42% até 2030 é um passo alentador e importante", embora não esteja à altura do que a Europa e o mundo inteiro querem", ponderou o representante do IPCC.
Pachauri, no entanto, manteve a prudência: "O que (Washington) disse ainda não foi ratificado pelo Congresso americano".
O compromisso assumido pela China também foi comemorado pelo especialista. "Os objetivos anunciados pela China são um primeiro passo", afirmou, referindo-se ao anúncio feito pelas autoridades de Pequim sobre uma meta de redução de suas emissões de carbono por unidade do PIB de 40% a 45% até 2020 em relação a 2005, o que concretamentese traduzirá em um freio no aumento de suas emissões poluentes.
Pachauri não descartou a hipótese de que outros países em desenvolvimento, como o México e a Índia, anunciem em Copenhague compromissos e números, "se os países desenvolvidos colocarem objetivos ambiciosos na mesa".
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também vê possibilidade de sucesso da conferência de Copenhague. "Não podemos falhar. O sucesso em Copenhague está à vista. Precisamos aproveitar o momento para fechar um acordo", disse Ban, convocando todos os líderes mundiais a participar do encontro na capital dinamarquesa, entre 7 e 18 de dezembro.
Ban está convencido de que Copenhague dará espaço para uma declaração sobre a necessidade de se fixar objetivos para reduzir a emissão dos gases responsáveis pelo efeito estufa.
O secretário-geral advertiu que apenas os chefes de Estado e de Governo poderão adotar as decisões para que seus países reduzam as emissões de carbono.



