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Bombeiro encontra um álbum de fotografias chamuscado dentro de uma casa destruída na pequena Otsuchi, cidade de 15 mil habitantes que pode ter perdido mais da metade de sua população | Damir Sagolj/Reuters
Bombeiro encontra um álbum de fotografias chamuscado dentro de uma casa destruída na pequena Otsuchi, cidade de 15 mil habitantes que pode ter perdido mais da metade de sua população| Foto: Damir Sagolj/Reuters

Ajuda

Nikkei Clube de Curitiba faz arrecadação para vítimas

O Nikkei Clube de Curitiba definiu ontem as ações a serem tomadas para ajudar as vítimas do terremoto e do tsunami que atingiram o Japão. A partir de hoje será promovida uma campanha para arrecadação de doações que incluirá anúncios em redes de tevê e a divulgação do número da conta corrente que concentrará os depósitos bancários.

O valor arrecadado será destinado ao auxílio dos brasileiros que residem no país e foram afetados pela tragédia. Um culto ecumênico em memória às vítimas será celebrado no próximo sábado, às 10h, na Praça do Japão.

Siderúrgicas voltam a operar parcialmente

Tóquio - As principais siderúrgicas do Japão, segundo maior produtor de aço do mundo, voltaram a funcionar ontem, mas com baixa taxa de uso da capacidade por causa do racionamento de energia no país, segundo fontes do setor. Isso indica que será difícil para as siderúrgicas locais suprir a demanda por aço quando os esforços de reconstrução começarem, acrescentaram.

As duas principais siderúrgicas do Japão, Nippon Steel e JFE Holdings, anunciaram que não houve nenhum dano de médio prazo a suas unidades, de acordo com Nicholas Walters, da Associação Mundial de Aço, em Bruxelas. "O problema é o racionamento de energia. No momento, é a única coisa que afeta a capacidade de funcionamento das siderúrgicas."

Segundo Walters, as siderúrgicas do norte do Japão estão sendo mais afetadas do que as do sul pelas medidas de racionamento de energia porque recebiam eletricidade produzida pelas usinas nucleares situadas no nordeste japonês. Boa parte dessas usinas foi desativada após o terremoto de 9 graus que atingiu o país na sexta-feira e chegou a danificar alguns reatores.

A Sumitomo Metal Industries retomou a produção na unidade de Kashima, que havia suspendido as operações depois do terremoto por causa de um incêndio num forno, disse Steve Randall, diretor-gerente do Steel Index, uma consultoria de preços de aço e minério de ferro em Londres. O desembarque de matérias-primas nos portos da região, no entanto, continua suspenso, provavelmente como medida de precaução.

A brasileira Vale disse que não tinha comentários a fazer sobre a situação atual de seus embarques de minério de ferro para as siderúrgicas japonesas, com quem possui contratos de fornecimento de longo prazo. Em 2010, a mineradora enviou 30,8 milhões de toneladas de minério de ferro ao Japão, ante 22,5 milhões de toneladas em 2009. O país possui uma fatia de 10,5% nas vendas totais de minério de ferro da Vale.

Tóquio - O número oficial de mortos na tragédia do Japão chegou ontem a 3.373. Considerados também os desaparecidos (6.746), o total de vítimas confirmadas ultrapassou ontem a marca de 10 mil pessoas – já o de feridos chegou a 1.897. As informações foram divulgadas pela agência nacional de polícia. Os números, no entanto, ainda devem crescer.

No norte do Japão, cerca de 850 mil famílias ainda estão sem eletricidade e calefação, com temperaturas próximas a zero grau Celsius, segundo a empresa Tohuku Electric Power.

O governo afirmou ainda que pelo menos 1,5 milhão de domicílios estão sem água corrente. "A situação aqui é simplesmente inacreditável, quase tudo foi arrasado", disse Michael Fuller, da Cruz Vermelha, em Otsuchi, uma cidade que foi praticamente varrida do mapa. "O governo está dizendo que mais da metade da população de Otsuchi pode ter morrido, mas eu temo pelo pior."

A agência de notícias Kyodo informou que 2.000 corpos foram encontrados na segunda-feira em duas cidades do litoral. Cidades grandes e pequenas sumiram sob a parede de água que atingiu a costa japonesa depois do terremoto de sexta-feira.

Cena de filme

"Quando o tsunami chegou, eu estava tentando retirar pessoas. Olhei para trás, e então foi como a cena de computação gráfica que eu vi no filme ‘Armageddon’. Achei que era um sonho. Era realmente o fim do mundo", disse Tsu­­tomu Sato, de 46 anos, em Riku­zantakata, uma cidade na costa do nordeste do Japão.

Em Tóquio, os trens de subúrbio estão parados, e os supermercados estão com prateleiras vazias, já que os caminhões ficaram impossibilitados de fazer entregas.

Um forte terremoto atingiu o Japão no final da noite de ontem (hora local), causando falhas de energia na região da cidade de Fujinomiya e em Shizuoka. O epicentro do Japão fica em Shizuoka, 120 quilômetros a sudoeste de Tóquio e perto do Monte Fuji, uma área propensa a terremotos.

A Agência Meteorológica do Japão classificou a magnitude do terremoto como de 6,0. O Serviço de Pesquisa Geológica dos EUA (USGS, na sigla em inglês) também o classificou com essa magnitude.

O tremor desta terça-feira ocorreu a uma profundidade relativamente pequena, de 10 quilômetros. Segundo o USGS, o tremor foi precedido minutos antes por outro, de magnitude 5,8. O epicentro desse tremor de 5,8 foi 315 quilômetros a nordeste da capital japonesa. Havia cortes de energia em grandes áreas de Shizuoka e o serviço de trens de alta velocidade estava suspenso na região. A Tokyo Electric Power informou que sua usina nuclear Hamaoka, que fica na área, não foi afetada pelo terremoto. Segundo a Tepco, 22 mil residências e negócios na região haviam sido prejudicados por blecautes após o tremor.

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