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Ativistas antiguerra protestam em frente do Departamento do Tesouro, em Washington: pressão contra o envio de mais soldados para o Afeganistão | Nicholas Kamm/AFP
Ativistas antiguerra protestam em frente do Departamento do Tesouro, em Washington: pressão contra o envio de mais soldados para o Afeganistão| Foto: Nicholas Kamm/AFP

Ocupação

Iraque teve em novembro menor número de civis mortos em seis anos

Folhapress, em São Paulo

Bagdá - Após seis anos de uma guerra violenta, o Iraque registrou um dado positivo. Novembro foi o mês com o menor número (88) de civis mortos em decorrência da violência desde a ocupação em 2003, anunciaram ontem os Ministérios da Saúde, Interior e Defesa. Segundo as estatísticas elaboradas pelo governo, neste mesmo período 22 policiais e 12 soldados iraquianos morreram.

Além disso, 11 soldados americanos morreram em novembro, totalizando 4.364 homens dos Estados Unidos mortos no Iraque desde a ocupação do país.

No mesmo período, 432 pessoas foram feridas (332 civis, 56 policiais e 44 soldados).

O governo registrou ainda 38 militantes terroristas mortos e outros 510 presos. No mês de outubro, o número salta para 343 pessoas mortas – das quais 155 foram vítimas de um duplo atentado suicida contra os prédios do Ministério da Justiça e do governo de Bagdá. Nesse ataque, pelo menos outras mil pessoas ficaram feridas.

  • Saiba mais sobre a missão militar no Afeganistão

Washington - A decisão do presidente dos Es­­tados Unidos, Barack Obama, de enviar novos reforços ao Afega­­nistão representa um enorme custo humano e financeiro para o país em guerra em duas frentes há oito anos. O estresse nas forças armadas é uma realidade, alidado a um déficit orçamentário já vertiginoso.

As baixas cada vez maiores entre os militares dos Estados Unidos na luta contra os rebeldes, que lançam bombas artesanais destruidoras fazem crescer a desaprovação da guerra na opinião pública. Quase 800 já morreram no Afeganistão e o mês de outubro foi o mais sangrento desde o início do conflito no final de 2001, com 74 soldados norte-ame­­ricanos mortos.

Anthony Cordesman, especialista do Centro de Estudos Es­­tratégicos e Internacionais (CSIS), "o presidente Obama deve preparar os EUA e o mundo para o fato de que o número de vítimas norte-americanas e de aliados, afegãos e paquistaneses, vai certamente dobrar ou triplicar antes da vitória".

O exército também sofre hoje com uma taxa alarmante de suicídios, de depressões e traumatismos. Desde o início deste ano, já foram registrados 140 suicídios em suas fileiras, ou seja, o mesmo que em 2008, e esse número deve bater um novo recorde em 2009.

Apesar dos pontos negativos, segundo o chefe do Estado-maior Mike Mullen, as forças armadas não foram alvo de nenhuma crítica entre a população americana. No entanto, em plena crise econômica, o aspecto financeiro da guerra atiça a impaciência da opinião pública: a conta do comprometimento dos EUA no Ira­­que e no Afeganistão deve chegar este ano a US$ 1 trilhão, enquanto as duas guerras já custaram R$ 768,8 bilhões ao contribuinte, segundo o Pentágono. O custo médio das operações norte-americanas no Afeganistão já passou dos US$ 3 bilhões por mês e promete aumentar.

Enviar soldados e material ao território afegão, particularmente difícil e pobre em infraestrutura, custa mais caro do que no Ira­­que. Segundo o Pentágono, o en­­vio de um soldado ao Afega­­ nistão e sua manutenção custa US$ 500 mil ano ano. Já para es­­pe­­cia­­listas da Casa Branca, esse preço é mais próximo de US$ 1 mi­­lhão.

A conta dos custos da guerra pode contribuir para um aumento ainda maior do enorme déficit público norte-americano, o que preocupa a bancada democrática do Congresso, voltada, atualmente, para fazer aprovar uma caríssima reforma da saúde.

Os partidários de um aumento do contingente norte-americano no Afeganistão reconhecem que uma decisão desse tipo vai pesar nas costas de um exército cansado. Mas, segundo Steve Bid­­dle, especialista do Centro de Re­­lações Exteriores (CFR), uma derrota contra os talebãs representariam um golpe ainda mais duro para os militares norte-americanos. "O exército dos Estados Uni­­dos levou tempo para se recuperar dos efeitos de nosso fracasso no Vietnã. Estamos, portanto, confrontados a um verdadeiro dilema", diz.

O anúncio do envio de mais 30 mil soldados ao Afeganistão seria feito ontem à noite por Obama, na Casa Branca.

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