A Austrália contraria seu aliado EUA por considerar que o Irã não é um "Estado pária" e que o programa nuclear iraniano se destina à dissuasão, não à agressão, segundo comunicações diplomáticas divulgadas pelo WikiLeaks.
Os documentos, escritos por diplomatas norte-americanos e publicados nesta segunda-feira pelo jornal Sydney Morning Herald, também revela que a principal entidade australiana de segurança, chamada Escritório de Avaliações Nacionais (ONA, na sigla em inglês), acredita que o Irã aposta em uma "grande barganha" com os EUA para garantir sua segurança.
Mas a ONA compartilha com os EUA do temor de que o programa nuclear iraniano poderia levar a uma guerra convencional ou nuclear, e que um conflito entre Israel e Irã é a maior ameaça à estabilidade do Oriente Médio.
Outra preocupação dos australianos é de que a proliferação nuclear no Oriente Médio leve alguns países do Sudeste Asiático a também desenvolverem capacidades nucleares.
"É um erro pensar no Irã como um 'Estado pária'", disse o então diretor da ONA, Peter Varghese, a diplomatas dos EUA em 2008, segundo os documentos, que fazem parte de um lote de 250 mil comunicações diplomáticas sigilosas divulgadas pelo WikiLeaks.
O vazamento dos documentos irritou os EUA, que, no entanto, negam envolvimento na prisão do australiano Julian Assange, fundador do WikiLeaks, detido na Grã-Bretanha sob suspeita de cometer crimes sexuais na Suécia. A Austrália está prestando assistência jurídica a Assange.
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