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A polícia australiana prendeu nesta terça-feira quatro homens supostamente ligados a um grupo militante somali e que estariam planejando um atentado suicida contra um quartel do Exército, despertando temores de que esses rebeldes ligados à Al Qaeda estariam buscando alvos fora da África.

As prisões ocorreram em quatro ações policiais em 19 imóveis de Melbourne, após sete meses de investigações envolvendo diversas agências de segurança e inteligência.

O primeiro-ministro Kevin Rudd disse que as prisões mostram que "a ameaça do terrorismo está viva". Autoridades disseram, no entanto, que o nível de alerta contra terrorismo do país continua no estágio médio, onde se encontra desde 2003.

A Austrália vem endurecendo gradualmente suas leis antiterror nos últimos anos, especialmente por ter mais de mil militares colaborando com os EUA no Iraque e Afeganistão.

Em fevereiro, o clérigo Abdul Nacer Benbrika foi conenado a 15 anos de prisão por comandar uma célula que planejava um atentado contra um jogo de futebol em 2005 em Melbourne. Ao todo, 12 pessoas foram presas por esse caso.

No novo caso, os quatro detidos têm de 22 a 26 anos de idade e são todos cidadãos australianos, de origem somali ou libanesa. A polícia os acusa de serem vinculados ao grupo radical islâmico somali Al Shabaab, apontado pelos EUA como organização terrorista.

Analistas dizem que o Al Shabaab tem ligações com a Al Qaeda e que recentemente tem conseguido recrutar jovens entre membros da diáspora somali e outros muçulmanos no exterior.

O comissário-interino da Polícia Federal australiana, Tony Negus, disse a jornalistas que os suspeitos pretendiam invadir um quartel nos arredores de Sydney, usando armas automáticas.

"A intenção dos homens era na verdade entrar no quartel e matar o máximo de soldados que conseguissem, até que eles próprios fossem mortos", afirmou Negus.

A polícia disse ter tido a colaboração de agências internacionais de segurança, mas não informou de onda a denúncia partiu.

Um dos suspeitos, Nayaf El Sayed, 25 anos, foi indiciado por conspiração para planejar ou preparar um ato terrorista. Ele não se declarou culpado nem inocente e nem pediu liberdade sob fiança, além de ter se recusado a se levantar perante o juiz. Ele será mantido preso enquanto aguarda a próxima audiência, em 26 de outubro.

"Ele acredita que não deve se levantar para qualquer homen senão para Deus", disse um advogado que representou Sayed na audiência.

A polícia recebeu um tempo adicional para interrogar os três outros: Saney Aweys, Yacqub Khayre e Abdirahman Ahmed. Um quinto homem, detido por outras questões, também está sendo interrogado, e a polícia não descarta novas prisões.

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