O austríaco Sascha Zanger vai prestar queixa na Corregedoria do Tribunal de Justiça Federal contra o juiz da 27ª Vara Federal, José Carlos Zebulum, por negligência na condução do caso da disputa de guarda de seus filhos S., de 4 anos, e R., de 12 anos com a ex-mulher. Nesta terça, Zanger entrou com uma representação na Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio contra o advogado paulista Ricardo Zamariola Júnior por quebra de contrato. A menina morreu no dia 19 de junho, uma semana após dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Santa Cruz (zona oeste), com um corte na cabeça e hematomas por todo o corpo.
O austríaco diz que informou várias vezes por relatórios à Justiça que seus filhos estavam desnutridos e estressados. As crianças estavam sob a guarda provisória da tia brasileira Geovana dos Santos, que está indiciada por crime de tortura com resultado de morte junto com sua filha, Lílian dos Santos, que também tomava conta dos dois. Zanger afirma que o juiz jamais o recebeu para uma audiência.
"Eles são cúmplices da morte da minha filha", afirmou Zanger. Ele conta que nunca foram feitos exames nos seus filhos para verificar acusações de abuso sexual da ex-mulher, Maristela dos Santos, contra ele. As denúncias impediram que ele conquistasse a guarda das crianças. Após a morte de S., o laudo do Instituto Médico Legal informou que a menina não sofreu violência sexual. R. negou em depoimento à polícia que tenha sofrido abuso por parte do pai e confirmou que a história foi inventada pela mãe.
De acordo com Zanger, os advogados informaram após visitar as crianças na casa de Geovana "que as crianças estavam em boas mãos". "Eles não fizeram nada e nem respondiam meus e-mails. Zamariola me disse que estava em Brasília e que não tinha tempo. Quatro dias depois de S. dar entrada na UPA, um sócio dele me ligou e contou que ocorrera um acidente com ela. Só soube que minha filha estava em coma após ligar para o diretor do hospital", disse.